A Capgemini Portugal escolheu Évora para abrir o seu centro de serviços remotos, o que qual prevê criar até 150 postos de trabalho em três anos, disse hoje à Lusa o vice-presidente da subsidiária portuguesa, Jorge Martins.

A Capgemini Portugal, a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e o IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional assinam na próxima terça-feira um memorando de entendimento para a criação do centro de serviços remotos.

“Na terça-feira é a assinatura formal desta parceria entre o Estado português e a Capgemini”, ou seja, “a primeira pedra de arranque”, já que “o centro vai estar disponível, numa primeira fase, em setembro”, explicou o vice-presidente e responsável pela área de negócio Technology da multinacional.

Questionado sobre o montante do investimento, Jorge Martins escusou-se a avançar valores.

Em relação ao número de empregos que este centro vai criar, o vice-presidente da Capgemini Portugal disse que “numa primeira fase” serão cerca de 50 e “no terceiro ano terá até 150 colaboradores”.

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Sobre a criação do centro de serviços remotos, Jorge Martins explicou que a multinacional “entendeu que conseguiria ter e ser mais competitiva dentro dos serviços que presta à sua base de clientes em Portugal se tivesse possibilidade de desenvolver [serviços] de uma forma remota”.

Depois de terem testado essa possibilidade com alguns clientes a partir da sede, em Lisboa, que demonstrou que o modelo estava a funcionar, a Capgemini decidiu escolher Évora para instalar o seu centro de serviços remotos.

“Na prática, [o centro] vai trabalhar na área de serviços IT [tecnologias de informação] mais especializados, que podem passar pelo desenvolvimento de aplicações informáticas, projetos na ótica de chave na mão, e um modelo mais industrial a que chamamos de fábrica, que pode passar pelas áreas de testes ou de serviços remotos normais de manutenção e suporte a clientes”.

O mesmo responsável adianta ainda que também estão previstos “projetos que podem passar pelas áreas de investigação e desenvolvimento, aproveitando a proximidade à universidade e servir, de certa forma, de incubadora de alguns projetos de inovação que possam depois constituir-se fatores diferenciadores para a atividade da Capgemini em Portugal”, disse.

Este centro vai prestar suporte apenas à operação da Capgemini em Portugal.

Questionado sobre a escolha de Évora, Jorge Martins disse que entre as várias localizações estudadas, aquela cidade apresentou fatores distintivos como a “reputação da universidade de Évora e, sobretudo, as suas valências na formação académica em áreas que são determinantes para o centro, em particular em sistemas de informação, gestão e engenharia”, as suas infraestruturas e a sua localização e acesso simples, já que esta próxima de Lisboa.

O responsável destacou ainda a importância do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo também na escolha de Évora, já que é “um parque muito dinâmico, voltado para o mercado, para o apoio às empresas, cooperação com as universidades e os polos tecnológicos à volta de Évora”.

Deu nota também do papel do ministério da Economia, que reconheceu estar “hoje mais virado para o mercado”, vendo “as empresas como um cliente”, salientando que isso “foi também determinante” para a escolha da Capgemini em abrir o centro.