Os cálculos são do Observador e resultam da aplicação do método de Hondt distrito a distrito à votação dos vários partidos.

Três deputados eleitos por Lisboa, quatro pelo Porto, e um deputado pelos círculos de Braga, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Setúbal, Faro e Madeira, eis como o Partido da Terra poderia formar um forte grupo parlamentar. Com a sua votação mais forte na Madeira – onde ultrapassou os 10% –, o MPT beneficia especialmente, nestes cálculos, do seu resultado no Porto, onde teve uma votação muito expressiva, 8,45%, mais até que os 8,22% conseguidos em Coimbra, o distrito onde Marinho e Pinto tem a sua base profissional. Para conseguir eleger tantos deputados, o MPT também beneficiaria de grande dispersão de votos que se registou nestas eleições.

É certo que, se as eleições fossem para a Assembleia da República, a dinâmica eleitoral teria sido diferente e é possível que este partido perdesse muitos dos eleitores para o “voto útil” nos partidos com hipótese de formarem governo. Mesmo assim é de notar a sua forte expressão eleitoral logo na primeira ida às urnas do antigo bastonário da Ordem dos Advogados.

Continuando a utilizar as votações de ontem a aplicando-as aos círculos eleitorais da Assembleia da República, verificamos que poderíamos estar hoje perante um Parlamento muito mais diversificado. Para além do MPT, teriam eleito deputados (todos pelo círculo de Lisboa) o LIVRE e o PAN. No caso do LIVRE, que teve uma votação muito concentrada no círculo da capital, entrariam mesmo para o Parlamento dois deputados.

O LIVRE, que a nível nacional teve uma prestação decepcionante, obtém o seu melhor resultado no concelho de Lisboa, onde fica mesmo à frente do Bloco de Esquerda. Para o sucesso do LIVRE nesta sua muito particular disputa com o BE contribuiram especialmente as votações das freguesias mais ricas ou mais centrais da capital, como as de Belém, Avenidas Novas, Estrela ou Misericórdia.

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