O BNP Paribas arrisca-se a pagar a maior multa da história do sistema bancário dos Estados Unidos por movimentar fundos de clientes do Irão, Sudão e Cuba, países sancionados pelas autoridades norte-americanas. O departamento de Justiça quer aplicar uma multa de dez mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros), estando em cima da mesa a possibilidade de banir esta organização de processar quaisquer transações em dólares durante um determinado período de tempo.

Segundo o Wall Street Journal, o departamento de Justiça norte-americano quer fazer do banco francês um exemplo. As autoridades dos Estados Unidos estão a negociar com o banco francês as possíveis sanções, depois de uma investigação ter revelado que o BNP transacionava fundos de clientes do Irão, Sudão e Cuba, países que têm sanções financeiras no país.

O valor da multa avançado pelo Wall Street Journal é de dez milhões de dólares, o quíntuplo da maior quantia paga por um banco por violar sanções impostas pelos EUA contra outros países. Em 2012, o HSBC pagou 1,97 mil milhões de euros por, alegadamente, estar envolvido em lavagem de dinheiros dos cartéis mexicanos.

Para além desta multa, o banco pode ficar interdito de processar operações financeiras em dólares. Uma proibição que afetaria largamente a operação internacional do maior banco francês que, desde 2012, está a apostar fortemente na expansão nos EUA. Na semana passada, o Credit Suisse foi condenado a uma multa de 2,6 mil milhões por ajudar milhares de americanos a fugirem a impostos.

A possibilidade de uma multa de dez mil milhões de dólares já custou ao BNP a maior descida nas suas ações desde Fevereiro de 2013. Nesta sexta-feira, as cotações da instituição financeira estiveram a descer 6,1% no final da manhã, na Bolsa de Paris. Em 2013, o BNP Paribas revelou ter constituído provisões de 1,1 mil milhões de dólares para pagar a possível multa aos EUA, considerando que esse montante “excedia largamente a possível multa a aplicar”.

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