“De todos os países historicamente produtores de vinho, Portugal é o mais negligenciado.” É desta forma que o crítico de vinhos do New York Times, Eric Asimov, começa um artigo exclusivamente dedicado aos vinhos brancos portugueses.

Para o especialista, apesar de os vinhos do Porto e da Madeira serem já bastante conhecidos, outros “continuam a ser largamente ignorados e muitas vezes injustamente”. E explica porquê. “Os portugueses, para seu grande crédito, recusaram amplamente acentuar castas internacionalmente populares”, preferindo “a sua miríade de oferta indígena”.

E, assim, depois de provar 20 vinhos brancos nacionais, Asimov arrisca-se a dizer que estes apresentam “uma sensação de frescura seca e frutada” semelhante àquela encontrada nos “famosos vinhos italianos”, mas com a vantagem de serem mais baratos. Noutro segmento, os brancos portugueses também se saem bem: Eric Asimov sugere que um vinho como o Foz de Arouce 2012 está à altura de um Borgonha.

A perspetiva de Asimov é a da América, onde os vinhos portugueses são muito difíceis de encontrar, à exceção dos vinhos verdes e do de Colares, “um dos vinhos mais fascinantes do mundo”. Naquele país, admite, o problema linguístico poderá ser um dos fatores que mais tem afastado os vinhos portugueses das prateleiras. Os americanos “intuitivamente percebem que o bianco italiano e o blanco espanhol são vinhos brancos, mas podem não ter o mesmo raciocínio com o termo ‘branco'”, diz.

Dos vinhos que Asimov e o seu painel de críticos provaram, o destaque vai para o Luís Pato 2012, da casta Fernão Pires, que foi considerado aquele com melhor relação qualidade-preço. São ainda feitas menções ao Quinta do Sagrado 2012, originário do Douro; ao Quinta Foz de Arouce, da Lousã; ao Vadio Bairrada do mesmo ano e ao Casa de Mouraz também de 2012, da zona do Dão, que é feito de uvas de casta encruzado.

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