Numa Fun Fest onde estavam algumas centenas de pessoas, três bigodes.

Sebastião, Vasco e Pedro. Três portugueses, pois claro. Dois são emigrantes no Brasil, os dois primeiros, o outro divide o trabalho entre os dois lados do Atlântico. E o bigode? “Foi uma ideia que surgiu espontaneamente quando estávamos a combinar a vinda para o mundial. E ficou”, diz Pedro. Vasco acrescenta que “é a espontaneidade máxima da masculinidade, o bigode. Uma pessoa tem de, pelo menos um dia na vida, usar bigode”. Sebastião, que ao bigode acrescentou hoje a camisola da selecção, remata: “Foi uma ideia idiota do Vasco, mas vale a pena”.

A imagem de marca, tão portuguesa, tem dez dias de crescimento. Os três deixaram crescer tudo, bigode e barba, e domingo de manhã desfizeram a barba. Resta então o orgulhoso bigode. Pedro Cardigos trabalha com energias renováveis “em Lisboa e às vezes em S. Paulo”. Vasco Vilela trabalha também na área da energia, em Campinas. Sebastião Pinho trabalha em consultoria em S. Paulo.

Os três estão em Salvador para assistir ao Alemanha-Portugal, depois vão regressar a São Paulo. E o bigode? “Infelizmente vamos ter de ver como é que vamos fazer isto no próximo dia de trabalho… Não estamos com muita coragem para ir trabalhar de bigode”, diz Pedro. Mas ainda há esperança: “Se a equipa merecer nós conseguimos deixar crescer outra barba, e aí pode surgir o bigode”, afirma Vasco. Sebastião acrescenta, “se Portugal ganhar com um hat-trick do Ronaldo talvez aí admita continuar a fazer uma figura triste!”. Os três têm bilhetes até à final, no sorteio conseguiram o “pack Follow My Team”.

Sempre bem dispostos, os amigos admitem que o bigode que Hugo Almeida ostenta, orgulhoso, por estes dias, os influenciou. O pior são os golos. Ou a falta deles. “Eu diria que a posição de ponta de lança é a mais fraca da seleção”, diz Pedro. Daí a nova brincadeira vai um pequeno passo. Vasco atira que “eu não quero influenciar, mas vou levar equipamento, e tenho-me preparado bastante”.

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Seja como for, certo é que Hugo Almeida pode contar com o bigode amigo dos três portugueses logo mais no Arena Fonte Nova: “Quando o Hugo Almeida entrar vai ser festa rija. E vai marcar mais uns golos!”, afirma Sebastião. A frase é a assistência perfeita para Pedro finalizar: “vai-se rever na bancada. Estão ali!”

Otimismo, muito

Nem só de bigodes se fez a presença na Fun Fest de Salvador antes do jogo de Portugal contra a Alemanha. Viram-se algumas bandeiras, cachecóis e camisolas. Não era uma multidão, mas não passavam despercebidos.

José Carlos Marques, parte de cima de um garrafão a servir de chapéu, bandeira às costas, que não tinham t-shirt a tapar, cachecol, tudo com o vermelho, verde e amarelo de Portugal, era uma das figuras a despertar mais atenção. “Vim de Oliveira do Hospital sozinho, estive em Porto Alegre até ontem (Sábado) e agora estou aqui. Toda a gente quer tirar fotos”. Na bandeira traz assinaturas e mensagens de outros fãs de futebol com que se foi cruzando até agora, mas não só de fãs. “Tenho aqui uma do Dunga! Dormi uma noite no aeroporto de Porto Alegre, têm lá uma zona com relva, para descansarmos, e ele apareceu lá e assinou”.

Quanto ao jogo contra a Alemanha, o optimismo é proporcional ao espírito de aventura: “2-0 para Portugal, os dois do Cristiano Ronaldo”.

Bem mais discreto, Alexandre Trindade veio de Lisboa para Salvador e depois segue para Manaus para ver a seleção. Traz uma t-shirt de Portugal vestida, e confiança na bagagem, “vamos passar”. Contra a Alemanha, admite que “vai ser um jogo difícil, mas nós estamos bem. Tudo depende também do joelho esquerdo do Cristiano Ronaldo, pode ser decisivo, mas estou confiante”. Prognósticos? “Talvez um empate, mas um bom jogo!”.