O Estado português recolheu nesta quarta-feira 1.500 milhões de euros em emissões de dívida de curto prazo e superou o objetivo inicial que era o de ir ao mercado absorver 1.250 milhões de euros. No total do valor colocado, mil milhões de euros corresponderam à emissão de bilhetes do Teosuro a 12 meses.

A taxa de juro foi de 0,364%, inferior à que se registou num leilão realizado em maio passado, quando o preço exigido pelos investidores para emprestarem dinheiro a Portugal se fixou em 0,617%. A procura foi superior em 1,32 vezes à oferta.

A colocação a três meses feita pelo IGCP, agência que gere a tesouraria e a dívida pública nacional, também foi realizada com uma taxas de juro mais baixa do que aquela que foi praticada na emissão anterior: passou de 0,432% para 0,18%. Neste caso, a procura excedeu em 1,64 vezes a oferta.

Num comentário enviado às redações, Filipe Silva, director da gestão de activos do Banco Carregosa, afirmou que na emissão a três meses a procura “baixou muito”, depois de ter ultrapassado em 5,7 vezes a oferta no leilão anterior. “A taxa saiu tão baixa que deixou de ter interesse para os investidores”, considerou o director da gestão de activos do Banco Carregosa.

Sobre o prazo de 12 meses, Filipe Silva afirmou que,”apesar da descida significativa na taxa, esta dívida continua a apresentar interesse, sobretudo para os investidores que estão com excesso de liquidez e precisam de a aplicar no curto prazo”. Em conclusão, o diretor do Banco Carregosa referiu que, “a este nível de taxas, a dívida portuguesa pode ser sustentável a médio prazo” e que será “possível evitar um incumprimento e, até, talvez, resolver a crise mais cedo do que se poderia pensar”.

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