Investidores angolanos deverão assumir o controlo do Banco Espírito Santo Angola (BESA), instituição em que o Grupo Espírito Santo (GES) detém, atualmente, uma posição próxima de 56%. A notícia foi dada pelo Jornal de Negócios, que adianta estar o banco a planear a realização de um aumento de capital em que figuras ligadas ao poder em Luanda, como Hélder Dias Vieira, conhecido como Kopelipa e chefe da Casa Militar do presidente do país, José Eduardo dos Santos, passarão a ter maior peso. O jornal refere não estar excluída a possibilidade de ser o próprio Estado de Angola a tomar as rédeas do BESA.

Na estrutura acionista do banco inclui-se uma participação de 24% que está na posse da Portmill, empresa ligada a Kopelipa, e uma posição que ronda 19%, detida pela Geni, outra sociedade de capitais angolanos. Estes investidores, em conjunto com o BES, aplicaram 500 milhões de dólares no BESA no final de 2013, recorda o jornal, operação que levou o BES a elevar a sua fatia de ações na instituição que, antes da operação, se fixava em 51%,

O BESA é mais uma das unidades do GES que atravessa uma situação financeira delicada, devido ao facto de 70% da respetiva carteira de crédito se encontrar em risco de incumprimento, resultado, em parte, da concessão de empréstimos sem garantias e de operações de financiamento de que se desconhecem os beneficiários. Para precaver problemas graves na instituição, a 31 de Dezembro de 2013 o Estado angolano concedeu à instituição financeira uma garantia soberana, pelo período de 18 meses, no valor de 4,2 mil milhões de euros. Parte desta garantia, revela o Negócios, vai ser executada durante o segundo semestre de 2014.

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