O primeiro-ministro pediu hoje entendimento e compromisso dos agentes políticos, económicos e sociais para uma estratégia “verdadeiramente nacional” para resolver os problemas da natalidade e do desemprego, garantindo que Portugal tem um nível de proteção social muito elevado.

Pedro Passos Coelho discursava durante a visita que hoje faz aos concelhos de Cinfães e Arouca, onde defendeu ser preciso “entendimento e compromisso suficiente entre todos” para “alinhar estratégias que sejam verdadeiramente nacionais”.

“Também nós, para resolvermos estes problemas, o da natalidade e o do desemprego temos de conseguir unir os agentes sociais, os agentes económicos, os agentes políticos, temos de ter uma estratégia que seja verdadeiramente nacional”, disse.

O primeiro-ministro comparou a proteção social que o Estado português disponibiliza com “muitos países do Leste Europeu”, que “não têm o nível de proteção social” que Portugal tem, considerando que “esta Europa tem muitos contrastes ainda”.

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“Quando alguém diz que em tempos de dificuldades temos que gastar melhor e aqui ou além menos, ‘aqui d’el rei’ que estamos a destruir tudo e pomos em causa o Estado social. Há um certo radicalismo e um exagero grande que é preciso equilibrar”, defendeu.

Na opinião de Passos Coelho, “quando se fala da destruição do Estado social, estamos a falar de um absurdo”.

“O nosso problema é que somos cada vez menos para as despesas sociais que realizamos, que são muito elevadas. Temos um problema de demografia e de natalidade muito acentuado”, evidenciou, realçando que “há duas grandes estratégias nacionais” que o país precisa ter, que é o combate ao desemprego e resolver o problema da natalidade.

O primeiro-ministro rejeita voltar aos períodos nos quais o país esteve “à beira do abismo”, defendendo que é preciso usar bem a “cabeça fria”.

Estado Mais poupado

Passos rejeitou ainda a ideia de que “tudo se resolve com a intervenção do Estado”, lembrando que “quanto mais o Estado intervém a partir de certo nível, mais recursos tem de ir buscar às pessoas”. E defendeu que é necessário um Estado “um pouco mais parcimonioso”.

“A nossa carga fiscal é muito elevada. Quanto mais reclamarmos da intervenção pública – dado que o Estado somos todos nós – mais estamos a reclamar dos impostos, mais estamos a reclamar do sufoco fiscal em que vivemos. Não temos muita margem para isso”, disse.

Na opinião do primeiro-ministro, o que é preciso fazer é “o inverso”. “Ter um Estado que fosse um pouco mais parcimonioso para que as pessoas pudessem ficar com um pouco mais de espaço para tomar as suas decisões”, afirmou o chefe do Governo.