Pela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde fez uma “forte recomendação” aos homens que tenham relações sexuais com outros homens para que tomem medicamentos antirretrovirais para evitar contrair o vírus do HIV, para além de continuarem a usar preservativo.

“Não assegurar serviços para pessoas que estão em maior risco de contrair HIV prejudica mais o progresso contra a epidemia global e ameaça a saúde e o bem-estar dos indivíduos, das suas famílias e da comunidade em geral”, disse Gottfried Himschall, diretor do departamento de HIV da OMS, em comunicado publicado na página da OMS.

No documento “Diretrizes Consolidadas para Prevenção, Diagnóstico, Tratamento e Cuidados em HIV para Populações-Chave”, divulgado na sexta-feira, a OMS justifica a recomendação usando números: Homens gays sexualmente ativos terão segundo a OMS 19 vezes mais probabilidades de contrair o vírus do HIV do que a população em geral.

“As taxas de infecção por HIV entre homens que têm relações sexuais com homens continuam altas quase em todo o lado, e são necessárias novas opções de prevenção com urgência”, afirmou a OMS.

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A adoção da recomendação poderia evitar, segundo os cálculos da organização, entre 20 e 25% de contágios entre este grupo, o que equivale a um milhão de novos casos num período de dez anos.

Para além deste grupo, há mais quatro considerados de risco pela OMS que devem adotar precauções: “detidos em prisões, pessoas que usam drogas injetáveis, trabalhadores do sexo e transgéneros” – não estão a a ter acesso a serviços adequados de prevenção e tratamento do HIV e isso ameaça a resposta global ao avanço do vírus.

No final de 2013, cerca de 13 milhões de pessoas eram tratadas com antirretrovirais, o que terá levado a uma redução de 20% nas mortes relacionadas com o HIV entre 2009 e 2012.