Maarten de Jong estava em busca de um voo. Aqui e ali distribuía cliques por sites de companhias aéreas à procura do avião que o levasse até à Malásia. Lá encontrou um: a troco de “mais de 1000 euros”, partiria de Amesterdão, na quinta-feira, às 13h15 e, várias horas depois, aterraria em Kuala Lumpur, capital malaia. Esse avião nunca chegou ao destino — caiu na Ucrânia, a cerca de 50 quilómetros de Donetsk, perto da fronteira com a Rússia, após ser atingido por um míssil. Morreram 298 pessoas. Maarten, contudo, não foi uma delas. Mas esteve para ser. “À última hora decidi trocar de voo, quando encontrei outro que era 300 euros mais barato. E já só havia um lugar disponível”, contou De Jong, citado pelo AD, um diário holandês, ao recordar o momento que, “por querer economizar”, lhe “salvou a vida”. O holandês, de 29 anos, pretendia voar para a Malásia de modo a reunir-se com a Terengganu Cycling Team, a equipa de ciclismo à qual pertence (e que está sediada no país).

E aparentemente não foi a primeira vez que se teria cruzado com a morte, como deu a entender. Quando? A 8 de março — sim, e desta vez foi com o voo MH370, também da Malaysia Airlines, que desapareceu após descolar de Kuala Lumpur, com destino a Pequim. E aí, Maarten de Jong chegou a estar no aeroporto e a cruzar-se com grande parte das 239 pessoas que embarcariam no Boeing 777. “Ainda tenho na cabeça as pessoas que seguiram no voo e que vi na sala de espera, a conversarem”, garantiu.

Nessa ocasião, De Jong comprou um bilhete para outro voo, com ligação direta a Pequim, pois não queria fazer uma escala. O avião do holandês partiria 50 minutos antes de o da Malaysia Airlines descolar, e seria o único a chegar ao destino. “É muito estranho que, pela segunda vez, não tenha apanhado um voo da Malaysia Airlines”, reconheceu hoje o ciclista.

Mas na verdade não havia grande razão para optar por esse voo — iria deixá-lo demasiado longe do seu destino final e não faria sentido dada a escassez de ligações. Na verdade, apesar do que tentou dar a entender, a sua proximidade com o vôo teve apenas a ver com a sua passagem pelo mesmo  aeroporto à mesma hora. Apesar do que deu a entender, Maarten de Jong não esteve assim tão próximo de embarcar em vôos trágicos. Como o próprio se recusou a dar novos esclarecimentos, a história deverá ficar por aqui.

 

Esta notícia foi corrigida depois de se ter verificado que não existem provas de que de Jong tenha alguma vez comprado bilhete ou sequer feito reserva nos vôos em causa.

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