Cerca de 40 militantes do Bloco de Esquerda (BE), entre os quais 13 membros da Mesa Nacional, defenderam nesta sexta-feira que a saída de uma das correntes fundadoras coloca em risco o “contrato fundacional” do partido e deve merecer debate aprofundado. Num documento hoje divulgado à comunicação social, os 42 militantes consideraram que a saída da corrente Associação Fórum Manifesto “coloca em risco” o “próprio contrato fundacional” do Bloco de Esquerda.

Estas saídas de militantes “não podem nem devem ser apagados ou menorizados na política de um partido” e devem “merecer um debate aprofundado que permita corrigir erros e aprofundar a democracia interna porque um partido não se constrói depurando-se”, defenderam. “Não é possível ocultar que se trata de uma trajetória que se vem exprimindo em perdas de influência e abandonos individuais e de grupos de aderentes com implicações preocupantes”, referiram.

João Madeira, que encabeçou uma lista alternativa à do atual líder bloquista João Semedo na anterior Convenção Nacional, Adelino Fortunato, Helena Figueiredo, Henrique Gameiro, Albérico Afonso, Filipe Rolão, Margarida Santos, Carlos Cabrita, Alice Brito, Ana Massas, Beatriz Dias e Francisco Colações, da Mesa Nacional, subscrevem esta tomada de posição, que é assinada por mais 30 militantes do BE.

A corrente Fórum Manifesto, fundada pelo falecido fundador Miguel Portas e à qual pertencia a ex-dirigente e ex-deputada Ana Drago, decidiu no sábado passado, em assembleia geral, abandonar o Bloco de Esquerda, e contribuir para “novas plataformas políticas mais abrangentes”.

A decisão esteve relacionada com os maus resultados do BE nas últimas eleições que “não são um reflexo de fatores externos”, mas algo ligado à “acumulação de erros não corrigidos, inscritos numa orientação política que divorciou crescentemente o BE do seu potencial eleitorado”, segundo foi divulgado.

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