A Assembleia da República rejeitou esta sexta-feira um voto de de condenação pela admissão da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apresentado pelo Bloco de Esquerda. Ao lado do Bloco de Esquerda, votaram a favor 29 deputados do PS, mas a votação foi rejeitada pelas bancadas da maioria e pelos restantes deputados socialistas.

Segundo o Bloco de Esquerda, a aprovação da adesão da Guiné-Equatorial à CPLP “envergonha Portugal”, não só por o país “ter feito do português a sua terceira língua oficial” mas porque “não existe um primado de paz, democracia, de estado de direito, de respeito pelos direitos humanos e de justiça social”, princípios fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O texto do voto assinado pelo grupo parlamentar do BE diz ainda que a adesão deste país à CPLP mostra que se “trocaram os valores da defesa dos direitos humanos pelo petróleo e gás natural”. E condena o facto de Portugal ter permitido a entrada naquela organização de num país que é “governado por um ditador há 35 anos” e é um dos países “mais corruptos do mundo” – segundo a Transparency International, a Guiné Equatorial ocupa o 163º lugar entre 177 países analisados.

A admissão deste país à CPLP foi formalizada na quarta-feira durante a X Cimeira dos chefes de Estado e de governo CPLP, que decorreu em Díli, Timor-Leste, onde estiveram presentes com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o Presidente da República, Cavaco Silva.

A Assembleia da República encerra esta sexta-feira os seus trabalhos, votando os últimos diplomas antes das férias. O regresso é só em setembro, e já se sabe que há projetos de lei que vão passar o verão todo no parlamento à espera de votação.

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