O empresário Miguel Pais do Amaral confirmou ao Dinheiro Vivo estar na corrida para a compra da transportadora aérea portuguesa TAP e afirma que o objetivo é ficar no negócio após a privatização.

Em entrevista ao Dinheiro Vivo, hoje divulgada, o presidente do conselho de administração da Media Capital, que detém a TVI e dono da Leya, adiantou que em parceria com o norte-americano Frank Lorenzo, antigo acionista da Continental Airlines, estão na corrida à privatização da TAP e que estão em condições para lançar uma oferta sobre a totalidade da transportadora aérea.

“No caso da TAP, o nosso projeto não passa por comprar hoje e vender daqui a três ou quatro anos. A nossa proposta passa por formar um núcleo investidor que siga a estratégia presente da companhia aérea portuguesa, que tem sido uma estratégia de sucesso e crescimento”, disse o empresário.

“E passa também por fazer um IPO [colocar a TAP em bolsa] daqui a, eventualmente, três ou quatro anos. A TAP é a quarta maior empresa portuguesa. O que desejamos é que mantenha uma estrutura acionista estável”, explicou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Estou a entrar na TAP, ou vou fazer uma proposta enquanto promotor de um consórcio financeiro e o objetivo desse consórcio financeiro não é vender a companhia daqui a três ou quatro anos”, reforçou.

O parceiro de Pais do Amaral, Frank Lorenzo é americano e esteve à frente da Continental Airlines durante 19 anos.

“A nossa plataforma estratégica é simples: manter a estratégia da empresa, pois achamos que o presidente da TAP, Fernando Pinto, tem feito um bom trabalho e tem anos à frente para continuar a fazê-lo. E, obviamente, para que essa estratégia seja bem-sucedida, o hub de Lisboa é absolutamente estratégico. Isso vai ao encontro dos interesses do Governo, que do ponto de vista económico – até porque vendeu a ANA – Aeroportos de Portugal há menos de um ano – não está interessado em alguém que compre a TAP e desvie o tráfego do hub de Lisboa para outro hub qualquer”, acrescentou.

Pais do Amaral considera que uma gestão privada traz mais eficiência à TAP, embora considere que a transportadora “já é bastante eficiente”.

Lembrou que a TAP, “neste momento, não tem capacidade de investimento”. Se vier a ter isso pode permitir ter “uma frota que consuma menos e dessa forma aumentar as margens e diminuir os custos”.

Miguel Pais do Amaral adiantou que o consórcio é financeiro e a JP Morgan Nova Iorque é o “adviser” da operação e admitiu trabalhar com o BPI.

“Estamos interessados em apresentar uma proposta e em comprar 100% da TAP”, afirmou o empresário, que acredita que existem condições para a privatização acontecer ainda durante esta legislatura.