O presidente da TAP, Fernando Pinto, afirmou esta segunda-feira aos jornalistas que a TAP está “cada vez melhor”, se forem analisados todos os indicadores e não apenas a turbulência das últimas semanas. Cancelamentos de voos, atrasos e greves no horizonte estão a prejudicar imagem da empresa, admite, mas “não estão a prejudicar o negócio da privatização”.

Fernando Pinto falava à margem da assinatura de um protocolo para restabelecer condições de segurança no aeroporto de Bissau – depois de a tripulação da TAP ter sido obrigada pelas autoridades, em dezembro, a transportar 74 passageiros ilegais para Portugal, incidente que levou à suspensão da rota Lisboa-Bissau. As ligações vão ser retomadas a partir de 26 de outubro, estando as condições de segurança já asseguradas, segundo garantiu o presidente da transportadora aérea.

Apesar de admitir que “o período crítico do último mês” tem “transmitido uma imagem negativa para o estrangeiro”, com a falta de aviões, os cancelamentos e os sucessivos atrasos nas ligações aéreas – que coincidiram precisamente com o início do Mundial do Brasil, Fernando Pinto garante que “a TAP está cada vez melhor se analisarmos todos os indicadores” relevantes para o mercado.

Sobre a greve dos pilotos prevista para o dia 9 de agosto, o presidente criticou a postura pouco aberta dos sindicatos depois de, segundo disse, a empresa ter atendido “quase na totalidade” a 12 dos 14 pontos exigidos durante a “longa” fase de negociação. Afinal, as razões “eram muitos mais de política interna sindical” doq ue de exigências negociais, disse. “Perdemos muito tempo”, disse Fernando Pinto, sublinhando que o “mais prudente” agora é “a empresa preparar-se para a greve e tentar minimizar os problemas para os passageiros”.

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“Não podemos deixar que o movimento sindical acabe com a imagem do grupo”, disse, acrescentando que dos 900 pilotos que trabalham na TAP, “a grande maioria trabalha muito e tem vestido a camisola”. A greve marcada do dia 9 de agosto foi agendada como forma de contestação do agravamento das condições de trabalho e para, diz os sindicato, obrigar o acionista Estado a discutir a situação da empresa.

O secretário de Estado Adjunto e da Economia admitiu esta segunda-feira, em entrevista ao Diário Económico, que o ministério está “preocupado” com a situação da TAP e que é preciso responsabilizar a administração. “Não vale a pena fazer um enorme alarido mediático. O Ministério pretende responsabilizar sem dúvida nenhuma a administração da TAP, fazer com que isto não se repita e perceber o que aconteceu”, disse Leonardo Mathias.

Ligações para Bissau estão “seguras”

As ligações aéreas entre Portugal e a Guiné-Bissau vão ser retomadas a partir de 26 de outubro, garantiu Fernando Pinto, depois de os governos português e guineense terem assinado esta segunda-feira um acordo para garantir a segurança retomar os voos, suspensos desde dezembro. As reservas já podem começar a ser feitas a partir de hoje.

A TAP suspendeu os voos para Guiné-Bissau no final do ano passado, na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 sírios no aeroporto de Bissau rumo a Lisboa. Na altura, a TAP considerou que só retomaria os voos – que eram três semanais -, depois de as autoridades guineenses garantirem medidas de segurança no aeroporto, que a companhia considera ter sido quebrada com o incidente.

Segundo Fernando Pinto, as condições de segurança já foram asseguradas. A partir de agora estará em cada voo entre Bissau e Lisboa um representando do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) para fazer a verificação da identidade de cada passageiro.