A Libéria decidiu encerrar as escolas do país, “sem exceção”, para tentar travar a propagação do Ébola naquele território e em outros países vizinhos da África Ocidental, anunciou a Presidente liberiana, Ellen Sirleaf Johnson. Entretanto, o presidente da Serra Leoa declarou o estado de emergência na saúde pública nacional devido ao surto do Ébola. Ernest Bai Karoma cancelou de imediato a visita oficial que tinha marcada com destino a Washington, onde ia participar na primeira Cimeira dos Líderes Africanos nos EUA.

“Todas as escolas, sem exceção, têm ordem para encerrar até novas diretrizes do Ministério da Educação”, declarou Ellen Sirleaf Johnson, chefe de Estado liberiana, num discurso transmitido na televisão estatal. “Todos os mercados em zonas fronteiriças” com a Serra Leoa, Guiné-Conacri e Costa do Marfim têm igualmente “ordem de encerramento até nova ordem”, acrescentou Ellen Sirleaf Johnson.

A líder liberiana também anunciou que “todos os funcionários não essenciais” dos Ministérios e das estruturas administrativas devem meter “uma licença obrigatória de 30 dias” e que “sexta-feira, 01 de agosto” foi “declarado feriado para permitir uma desinfestação dos edifícios públicos”.

Na mesma intervenção, Ellen Sirleaf Johnson indicou que a Libéria, onde o vírus do Ébola já matou 129 pessoas em 249 casos, vai desbloquear cinco milhões de dólares (mais de 3,7 milhões de euros) como “a primeira contribuição” para a luta regional contra a epidemia.

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“O Ébola é real, o Ébola é contagioso, o Ébola mata”, salientou a chefe de Estado, pedindo a todos os liberianos para tomarem todas as medidas necessárias de forma a evitar o contágio do vírus.

O surto surgido no início do ano foi declarado primeiro na Guiné-Conacri, antes de se estender à Libéria e depois à Serra Leoa, países que, a 23 de julho, totalizavam 1.201 casos e 672 mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O Ébola é um dos vários vírus pertencentes à família Filoviridae e pode manifestar-se por diversos sintomas: febre, dores musculares, dores de cabeça e de garganta, fraqueza e vómitos. No seu estágio inicial, pode ser difícil acertar no diagnóstico da doença já que os sintomas são semelhantes aos da malária, febre tifóide ou disenteria, doenças mais comuns e menos graves. A estes sintomas sucedem-se hemorragias internas e externas, diarreia e insuficiência renal e hepática. Veja aqui o Explicador sobre o vírus.