O Bank of America (BofA) e as autoridades dos EUA estão a negociar um acordo mediante o qual o banco paga uma multa entre 16 e 17 mil milhões de dólares (12 e 13 mil milhões de euros). A informação foi divulgada esta quarta-feira pelos diários New York Times e Wall Street Journal, que citam fontes próximas do dossier.

Se se confirmar, esta multa é a mais alta alguma vez aplicada a uma instituição financeira. O recorde pertence ao JPMorgan Chase, que aceitou pagar 13 milhões de dólares em novembro para evitar processos judiciais. Este acordo dito amigável tem o objetivo de encerrar um conflito na área do imobiliário que remonta à crise financeira de 2007-2008.

Em termos concretos, o BofA pagaria 9 mil milhões de dólares em liquidez ao Departamento de Justiça, a Estados e a agências governamentais, detalharam os dois títulos. O resto seria pago através de medidas de compensação a proprietários lesados pelas práticas do banco no imobiliário e aos seus clientes em dificuldade, como a redução do montante dos empréstimos concedidos.

O New York Times e o Wall Street Journal avisam porém para a possibilidade de as negociações serem interrompidas. Solicitado pela AFP, o BofA negou-se a fazer comentários. Em meados de julho, uma fonte envolvida no assunto indicara à AFP que o Bank of America tinha proposto pagar 13 mil milhões de dólares, mas que as autoridades estavam a reclamar 17 mil milhões de dólares. O Departamento de Justiça acusa do BofA de ter comercializado antes da crise produtos garantidos por créditos imobiliários de fraca qualidade, designados ‘subprime’, que geraram prejuízos de milhares de milhões para os investidores que os adquiriram.

Um acordo colocaria fim a longos meses de negociações ásperas, que caíram no impasse em junho, o que levou a admitir a apresentação de uma queixa penal contra este banco de Charlotte, no Estado da Carolina do Sul. O Bank of America é o estabelecimento que pagou o tributo mais elevado à crise financeira, uma vez que os pagamentos que já fez às autoridades e a investidores lesados atingem os 50 mil milhões de dólares.

 

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