O apoio financeiro que o Banco Espírito Santo deu ao BES Angola é a principal causa para a dimensão do fundo de resgate ao Novo Banco, noticia esta terça-feira o Jornal de Negócios. Isto porque o BES concedeu ao BES Angola um apoio de liquidez que corre agora o risco de não ser reembolsado, pelo que cerca de dois terços da quantia do Fundo de Resolução resultam de uma provisão para evitar esse risco.

Ou seja, dos 4.900 milhões de euros que o Fundo de Resolução injectou no Novo Banco, 3.300 serviram para precaver o risco de o BESA não reembolsar o apoio que recebeu do BES, explica o mesmo jornal, garantindo que o Novo Banco fez uma provisão para a totalidade do empréstimo na incerteza de vir ou não a recuperar esse crédito concedido à sucursal angolana.

Os restantes 1.600 milhões do pacote de resgate que foi injetado no Novo Banco resultam da necessidade de registar imparidades para a desvalorização de activos diversos que, não sendo tóxicos, permaneceram na nova instituição, mas cuja avaliação se deteriorou. É o caso da participação na Portugal Telecom ou da Tranquilidade, escreve o Jornal de Negócios.

Trata-se de um gesto de precaução, de acordo com o Banco de Portugal. Daí resulta que, não havendo garantias do governo angolano e do Banco Nacional de Angola sobre a devolução dos 3.300 milhões de euros, os valores que o Novo Banco conseguir recuperar deste empréstimo resultarão sempre em ganhos para a instituição.

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O BESA, recorde-se, ficou no ‘banco mau’ aquando da divisão do BES em dois, ainda que se tenha optado por transferir os créditos concedidos a esta filial para o Novo Banco, mas “totalmente provisionados”. Nessa altura, segundo o Negócios, foi decidido que a participação do BES no BESA se mantinha no banco mau devido à “impossibilidade de concluir as negociações” com Angola em tempo útil.

Rebranding da marca previsto já para outubro

Entretanto, o Novo Banco liderado por Vítor Bento quer apostar na mudança da marca o mais rapidamente possível. De acordo com o Dinheiro Vivo, a operação de rebranding deverá ficar pronta dentro de dois meses e deverá incidir particularmente na escolha de um novo nome antes de a instituição ser vendida, assim como na alteração completa da cara do banco com vista à recuperação dos clientes perdidos.

Assim, até outubro ou início de novembro o Novo Banco (ex-BES) deverá ter um outro nome e todas as agências, produtos, publicidade serão alterados de acordo com o nome e o rosto que for entretanto escolhido. Segundo o Dinheiro Vivo, a instituição encabeçada por Vítor Bento já tem equipas a trabalhar na reestruturação da marca para que a mudança aconteça em tempo recorde.