O financiamento do Estado às empresas públicas aumentou 1300% desde o final de março de 2011, quando a troika chegou a Portugal, passando de 878 milhões de euros para cerca de 11,5 mil milhões de euros, de acordo com dados do Banco de Portugal.

No desenho do acordo com a troika, depois do pedido de resgate em abril de 2011, uma das principais ausências foi uma parte do empréstimo dedicada às empresas públicas. O pacote acordado ficou pelos 78 mil milhões de euros, caso contrário até podia chegar aos 100 mil milhões, mas o Estado teve de injetar dinheiro nas empresas na mesma.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, no final de março de 2011 as administrações públicas tinham emprestados às empresas públicas 878 milhões de euros.

Muito se passou nos meses que antecederam a chegada da troika e até ao final desse mesmo ano, como cortes de rating, aumentos de juros nos mercados e corte de financiamento pela banca internacional.

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O Estado acabou por ter de incluir algumas dessas empresas nas contas públicas e de se substituir ao financiamento da banca e o resultado começou a notar-se logo no final de 2011, quando o financiamento passou para os 5,4 mil milhões de euros.

Dessa altura até ao final do segundo semestre deste ano, o valor tem aumentado continuamente até atingir os 11,3 mil milhões de euros no final de 2013. Mesmo nos últimos seis meses os empréstimos do Estado às empresas voltaram a aumentar, mais 168 milhões de euros.

O valor total da dívida das empresas públicas (dentro e fora do perímetro de consolidação das administrações públicas) até tem diminuído, mas o valor que Estado tem emprestado tem aumentado.

Face ao final de 2011, a dívida total das empresas caiu 6,9 mil milhões de euros, apesar do aumento dos empréstimos do Estado em 10,6 mil milhões de euros.

No final, o resultado em três anos e meio é um aumento em 13 vezes do financiamento do Estado às empresas públicas.

Já a banca cortou em quase 7 mil milhões de euros os empréstimos às empresas, as empresas em 2,2 mil milhões de euros, e o crédito proveniente do exterior 7.128 milhões de euros.

Tirando os empréstimos das administrações públicas, só mesmo os particulares é que aumentaram o financiamento às empresas públicas durante este período: mais 54 milhões de euros.