Num estudo publicado esta terça-feira no Journal of Experimental Medicine, investigadores do Instituto de Gladstone (EUA) identificaram uma relação direta entre a espessura das células da retina e a manifestação sintomática da demência frontotemporal. A doença de Alzheimer é a forma de demência mais conhecida, mas existem outras doenças degenerativas com uma prevalência importante, entre elas a demência frontotemporal, responsável por 8-17% dos casos de morte por demência diagnosticados até aos 70 anos de idade. Esta doença afeta os lobos frontal e/ou temporal do cérebro e caracteriza-se por alterações comportamentais, em especial pela apatia. As causas desta doença não são conhecidas, mas sabe-se que existe uma base genética importante.

Apesar de estarem localizadas no olho, as células da retina são uma porta direta para o cérebro. O coordenador da investigação, Li Gan, afirma que “a diminuição da espessura das células da retina é um dos primeiros sinais observáveis da demência frontotemporal”, e que esta descoberta pode revelar novas hipóteses para o diagnóstico precoce desta forma de doença degenerativa.

Michael Ward, professor de neurologia e outro dos investigadores do Instituto de Gladstone, explica que “a retina pode ser usada como modelo de estudo para o desenvolvimento da demência frontotemporal. Se seguirmos estes pacientes ao longo do tempo, talvez seja possível avaliar a eficácia dos tratamentos através de um simples exame ocular.”

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