Somos aquilo que comemos, já diz o velho ditado. E que relação pode ter aquilo que comemos com o nosso estado de saúde mental? Estudos recentes mostram que fazer uma alimentação à base de açúcares e gorduras pode mesmo acelerar os efeitos de doenças mentais, pelo que a solução para combater depressões pode mesmo passar por ter uma dieta mais controlada e equilibrada. E uma conhecida psiquiatra da Universidade Deakin, na Austrália, está a testar a teoria junto dos seus pacientes.

Quem entrar no consultório de Felice Jacka, especialista em depressões e questões de saúde mental, vai deparar-se com uma abordagem totalmente diferente do habitual: em vez de receitar medicamentos ou de conversar com os pacientes sobre a sua infância, o seu emprego ou os seus problemas do dia-a-dia, os pacientes, a par de continuarem com os tratamentos tradicionais, vão ter de falar sobre comida. O objetivo é simples, fazer com que mudem os seus hábitos alimentares como parte da sua recuperação, e provar que uma alimentação saudável pode ajudar a combater doenças do foro mental.

A ideia não é nova e nos últimos anos vários têm sido os estudos feitos no sentido de sugerir que uma alimentação de fast food, rica em gordura e açúcar, desencadeia um conjunto de reações no cérebro que podem levar, ou agravar, à depressão.

Segundo a BBC, os prováveis malefícios de uma má alimentação para a saúde física e mental já levou inclusivamente alguns governos a agir no sentido de provar esta relação: nos EUA, o Departamento de Defesa financiou no início do ano passado um estudo para determinar se uma alimentação rica em ómega 3 ajudava a diminuir os suicídios entre os veteranos de guerra. Também a União Europeia iniciou em janeiro deste ano um projeto de investigação – o MoodFood -, financiado em 9 milhões de euros, para provar em que medida os diferentes nutrientes afetam a nossa mente.

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