Os graúdos desiludem. Os miúdos impressionam. Duas seleções e dois resultados distintos. A seleção nacional, a dos mais velhos, perde por 1-0, em Aveiro, com a Albânia. Veem-se lenços brancos, fala-se em vergonha e na necessidade em renovar os pés de quem anda atrás de uma bola pela honra do país. Dois dias depois, quem também o faz e tem menos de 21 anos ganha 3-1 ao Azerbaijão, em Rio Maior — e dá a 12.ª vitória consecutiva à seleção sub-21.

E mais. Esta terça-feira, a equipa às ordens de Rui Jorge, homem que, em 2004, esteve na única final à qual Portugal chegou com a seleção principal, conseguiu terminar a fase de qualificação para um Europeu só com vitórias. Um pleno: oito jogos, 24 pontos, oito golos sofridos e 22 golos marcados. Os últimos vieram de Rafa Silva, do Sporting de Braga, de Edgar Ié, do Barcelona, e de Ricardo Esgaio, do Sporting.

Agora só resta um playoff. Restaria sempre — nos sub-21, o primeiro lugar não dá apuramento direto. Ao contrário da seleção principal que, na corrida para o Europeu de 2016, até pode acabar em terceiro lugar num grupo de cinco para, pelo menos, chegar ao tal playoff. Voltando aos sub-21, a seleção ficará a conhecer o adversário na sexta-feira, quando um sorteio da UEFA definir quem joga contra quem.

Até lá, é saudar o que os ‘miúdos’ de Rui Jorge fizeram até agora. Antes de arrancarem a qualificação, os sub-21 já tinham vencido quatro amigáveis. Ou seja, esta seleção vai em 12 vitórias consecutivas. Na última, lograda esta terça-feira, foram estes os 11 nomes que começaram a partida contra o Azerbaijão: José Sá; Ricardo Esgaio, Paulo Oliveira, Edgar Ié e Raphäel Guerreiro; Rúben Neves, João Mário e Marcos Lopes; Ricardo Pereira e Iuri Medeiros.

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Entre eles há 1276 minutos de futebol de primeira liga, esta época. Quem tem mais? Raphäel Guerreiro (360), o luso-gaulês que joga em França, pelo Lorient. A seguir surge Rafa Silva (241), o velocista do Braga, com Marcos ‘Rony’ Lopes (226), outro emigrante, este no Lille, a persegui-lo. Depois surge Ricardo Esgaio, com 180 minutos, e Rúben Neves, o mais novo do grupo, com 17 anos e 163 minutos feitos no FC Porto de Julen Lopetegui.

O problema são os restantes. José Sá, Edgar Ié, João Mário e Iuri Medeiros, por exemplo, ainda não experimentaram esta época futebol de primeira divisão.Mas será com estes, com todos — Rui Silva, Frederico Venâncio, Tozé, Carlos Mané, Tomané, Hélder Costa e Tiago Silva, que começaram no banco de suplentes –, que a seleção nacional de sub-21 tentará chegar ao Europeu de 2015.

Só falta um playoff. E Portugal garantiu esta segunda-feira que lá chegará como a equipa que ganhou a tudo o que lhe apareceu à frente. Esta última vitória, porém, foi coisa que os portugueses só tiveram diante dos olhos caso tenham mesmo ido ao Estádio Municipal de Rio Maior. Sim, porque um encontro dos sub-21, “pela primeira vez em muitos anos”, não foi alvo de transmissão televisiva, como lamentou a Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Em causa terá estado um alegado desacordo entre a Oliverdesportos, dona dos direitos, e a RTP, estação que pretendia transmitir a partida. Ou seja, ninguém em casa, no trabalho ou no café conseguiu ver a seleção sub-21 a fechar o grupo de qualificação em beleza. Com mais uma vitória, a oitava. Venha daí o playoff.