Os novos “Meninos da Luz”, como tradicionalmente são chamados os alunos do Colégio Militar (CM), são este ano letivo menos do que as meninas. A culpa é da fusão do Instituto de Odivelas com o Colégio Militar, a antiga escola exclusiva de rapazes.

Segundo dados do Ministério da Defesa, este ano letivo o CM registou a inscrição, como novos alunos, de mais meninas do que meninos, o que significa que as alunas que frequentavam a escola exclusivamente feminina Instituto de Odivelas não desistiram do ensino militar por causa da decisão da tutela em obrigar ao ensino misto na Luz.

Assim, o CM tem este ano letivo 627 alunos, dos quais 296 são novos. Destes, 131 são rapazes e 165 raparigas. Ora, destas alunas, 82 vêm do Instituto de Odivelas e 83 são mesmo alunas que se estreiam numa escola de ensino militar.

Este ano, ainda permanecem 70 alunas no Instituto de Odivelas. O Ministério não divulgou, no entanto, o número de alunas que, neste ano letivo, abandonaram o ensino militar. No ano passado, haveria 270 alunas no Instituto de Odivelas.

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No Instituto Pupilos do Exército, estão matriculados 286 alunos, dos quais, apenas 53 são meninas.

O processo de fusão das três escolas de ensino militar foi muito polémico. A associação de pais e ex-alunas do Instituto de Odivelas defendia a manutenção desta escola, que vai acabar daqui a um ano, enquanto a associação de ex-alunos do Colégio Militar foi contra a entrada de meninas nesta escola, alegando que desvirtua o caráter do estabelecimento de ensino. Para além de alunos do sexo feminino, o CM passa a ter regime de externato.

O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, insistiu na reforma, argumentando que o custo por aluno nas escolas militares era muito superior ao custo por aluno na generalidade das escolas públicas.