Já chegaram ao ministério da Economia quatro manifestações de interesse para a compra da TAP. António Pires de Lima, em entrevista ao Diário Económico, relativiza os problemas dos últimos tempos da companhia aérea e diz que os investidores têm “obrigação de fazer contas e apresentar uma proposta decente” para o negócio. Quando? Até ao fim do mês, pelo menos, data limite do Governo para tomar uma decisão sobre a privatização, escreve o Jornal de Negócios.
Em entrevista ao Económico, o ministro da Economia garantiu que a decisão sobre a privatização da TAP tem de ser tomada nas “próximas semanas”, ou, caso contrário “a janela fecha-se”. Mas a decisão, diz, não pode ser tomada “sob pressão” nem por influência do “stress operacional” dos últimos tempos. “Hoje a TAP vale mais, e não é dó um poucochinho mais, do que valia há dois anos”, garante o ministro, para sublinhar que “quem saiba valorizar as empresas, tem obrigação de fazer contas e apresentar uma proposta decente“.
Além da dupla Frank Lorenzo/Miguel Pais do Amaral (Brasil) e de Germán Efromovich, dono da Avianca, que opera nos EUA, o Governo recebeu já uma terceira manifestação de interesse de David Neelman, fundador da Azul, da JetBlue e da WestJet, que opera no Canadá. Pires de Lima fala ainda num quarto interessado, que, segundo a imprensa económica desta sexta-feira, deverá ser de nacionalidade europeia.
“Tivemos quatro manifestações de interesse julgadas credíveis e que devem fazer o Governo ponderar se se justifica relançar a privatização e de que modo: uma privatização parcial ou total”, disse Pires de Lima.
Sobre qual o modelo de privatização que o Executivo prefere, o ministro da Economia disse que tinha a sua opinião, mas preferiu não se pronunciar, limitando-se a reiterar que será uma de três opções: não privatizar, privatizar até 49% ou privatizar a 100%. A decisão tem é de ser tomada o quanto antes. “Nas próximas semanas”, diz o ministro. O Negócios acrescenta que não deverá passar do mês de setembro.
Sobre os problemas recentes da companhia aérea, com os problemas técnicos e voos cancelados e atrasados, o ministro da Economia relativizou a questão, dizendo ter sido cumprido o desafio de voltar à normalidade em agosto. “Vamos ter de acompanhar diligentemente a evolução ao longo de setembro, outubro e novembro, mas parece-me que a TAP superou aquele momento de stress operacional e espero que tenha aprendido com os erros”, disse.