Os três anos e meio em que o Banco Português de Negócios (BPN) esteve sob gestão da Caixa Geral de Depósitos destruíram valor, pelo que o presidente do Banco BIC Português, Mira Amaral, defendeu uma venda rápida do Novo Banco.

“A experiência do BPN mostra-nos que o Novo Banco deve ser vendido atempadamente e não deve ser protelada uma decisão de alienação”, afirmou Luís Mira Amaral, em entrevista à agência Lusa.

“Quando digo atempadamente não estou a dizer que tem que ser amanhã. Há um trabalho de casa a fazer. Agora, não me venham com histórias que é daqui a cinco anos”, acrescentou.

E justificou: “Uma empresa ou um banco não podem estar muito tempo sob gestão transitória. O problema da confiança é essencial e, se já se põe numa empresa, num banco ainda é pior”.

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Questionado sobre um eventual interesse do Banco BIC nalguns ativos do Novo Banco ou mesmo na compra da instituição, Mira Amaral disse que ainda não sabe em que moldes é que a operação vai ser feita.

“Eu não sei se o banco é vendido em bloco ou se é vendido por ativos. Não lhe sei responder. O que posso dizer é que o Banco BIC Português está proibido pelo Governo de comprar ativos durante cinco anos em Portugal. Passaram três [desde a compra do BPN ao Estado], faltam dois anos”, assinalou.

Ainda assim, o gestor não exclui a possibilidade de os acionistas do banco de capitais luso-angolanos, ou o seu banco ‘gémeo’ angolano, se posicionarem num possível negócio de venda do Novo Banco.

“Os meus acionistas, ou o Banco BIC Angola, se aparecer algum ativo interessante em Portugal, podem comprar”, realçou.

Sobre a saída de Vítor Bento e da sua equipa de gestão da liderança do Novo Banco, Mira Amaral escusou-se a prestar quaisquer declarações.

“Não quero comentar a situação”, afirmou.