“Há um grande ponto de interrogação” que é importante resolver, no que respeita ao Novo Banco, disse Passos Coelho esta manhã. “É saber quanto vale“. O primeiro-ministro acredita que “quanto mais tempo decorrer, mais riscos serão enfrentados“, já que o banco foi construído “a partir dos melhores ativos” do velho BES. O interesse numa venda rápida é “também do interesse do sistema financeiro”, acrescentou Passos e “não tem qualquer relação com o processo eleitoral de 2015“.

Em declarações aos jornalistas em Lisboa, o chefe de Governo foi claro no apoio ao governador do Banco de Portugal. Depois das críticas do ex-líder do PSD, Marques Mendes, Passos disse que “o governador atuou bem relativamente ao BES, teve 100% do apoio do Governo nessa tarefa“. E fez-lhe um elogio rasgado: “Agradecemos ao governador não ter andado a tapar problemas, ou a empurrar com a barriga para a frente como outros porventura terão feito no passado” – uma referência indireta a Vítor Constâncio, que liderava o banco central quando rebentou o caso BPN.

Passos apontou para breve um pronunciamento público de Carlos Costa e também da ministra das Finanças sobre o assunto, mas quis frisar a mensagem de que não são as eleições que condicionam o Executivo na condução ou acompanhamento do processo. “O que ocorreu não ajuda ao processo de recuperação da confiança e da economia, e também não ajuda quem tem eleições. Mas quando temos um problema ele tem que ser resolvido, com eleições ou sem eleições”.

Para Vítor Bento, administrador demissionário do Novo Banco que defendia um projeto de médio prazo, e para os críticos de uma venda rápida, Passos lembrou que desde o dia da divisão do BES que está definido um limite para a venda do banco: “Nos termos do processo de resolução a venda tem de ocorrer num prazo de dois anos“, lembrou. O Novo Banco “precisa de um acionista ou de vários acionistas”, defendeu ainda.

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