A dois dias do referendo sobre a independência da Escócia, David Cameron, Ed Miliband e Nick Clegg, os líderes dos três principais partidos políticos britânicos, comprometeram-se formalmente a dar mais poderes ao Parlamento escocês em caso de vitória do “não”.

A declaração, considerada “histórica” pelo Daily Record, principal jornal diário escocês, intitula-se “O juramento” e é apresentado numa folha amarelecida, que recorda um documento antigo. A primeira parte da declaração promete “poderes mais extensos” para o Parlamento escocês, que serão “dados através de um processo e calendário a determinar”. Na segunda parte os três líderes mostram estar de acordo em relação ao facto de “o Reino Unido existir para garantir oportunidade e segurança para todos, partilhando todos os recursos de forma equitativa”. Na terceira e última parte, Cameron, Miliband e Clegg prometem “categoricamente” que apenas o Parlamento escocês poderá decidir sobre cortes nos serviços públicos, como o Serviço Nacional de Saúde.

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Imagem retirada do site do Daily Record

“As pessoas querem a mudança. Um voto pelo ‘não’ permitirá uma mudança mais rápida, mais segura e melhor do que uma separação”, argumentam os três signatários. Mas a Escócia está a ter algumas dúvidas em relação à honestidade deste juramento. “Se realmente houvesse a intenção de nos entregarem novos poderes, porque é que isso não aconteceu antes?”, questionou Nicola Sturgeon, vice-primeira-ministra escocesa, citada pela BBC. “Os deputados do Partido Conservador já disseram que iam bloquear o acesso a esses novos poderes. Se votarmos ‘não’, deixamos de ter garantias”, acrescentou. Questionada sobre como o “sim” poderia garantir “uma vida melhor” para os escoceses, Nicola Sturgeon respondeu que “a independência não é uma varinha mágica mas é uma grande oportunidade”.

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