O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) declarou esta terça-feira que a ONU e o Governo da Turquia se preparam para acolher 500 mil pessoas da cidade síria de Kobane, fugidas dos ‘jihadistas’ do Estado Islâmico (EI).

Calcula-se que a população total da região, de maioria curda, se situe entre os 400 mil e as 500 mil pessoas.

“Tanto nós como o governo turco dissemos desde o início que nos estávamos a preparar para a possibilidade de toda a população (de Kobane) fugir para a Turquia caso algo acontecesse”, afirmou Melissa Fleming, porta-voz da ACNUR em Genebra.

A população, antes deste êxodo em massa registado desde sexta-feira para a Turquia, incluía cerca de 200 mil refugiados chegados de outras zonas da Síria afetadas pelo conflito armado.

A presença de um número tão elevado de refugiados em Kobane (também conhecida por Ayn al-Arab) deve-se a ter sido, até há uma semana, considerada uma espécie de oásis, por ter ficado à margem dos combates entre os grupos rebeldes sírios e os ‘jihadistas’ do Estado Islâmico no norte da Síria.

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Nos últimos quatro dias, 138.000 refugiados sírios chegaram ao sul da Turquia através de nove postos na fronteira, que as autoridades decidiram manter abertos para poderem controlar mais facilmente as entradas.

O ACNUR tem oficialmente registados na Turquia 834 mil refugiados sírios que têm fugido do seu país, há três anos e meio em conflito. As autoridades turcas estimam que durante este período, tenham entrado 1.5 milhões de sírios na Turquia.

O rápido avanço deste fim-de-semana dos terroristas do EI no norte da Síria, na zona de fronteira com a Turquia, antecedeu a decisão americana de bombardear desde hoje as suas posições

Segundo agentes do ACNUR no local, os sírios continuam em fuga e só hoje, num dos postos da fronteira havia várias filas de refugiados para entrar na Turquia.

Os refugiados têm que passar por três tipos de controlo, o primeiro dos quais de segurança, para garantir “o carácter civil do asilo”, explicou Fleming.

A seguir, submetem-se a um controlo de saúde em que as crianças são vacinadas contra a poliomielite e o sarampo, duas doenças que surgiram durante a guerra civil na Síria.

Na última etapa, são registados os refugiados em camiões doados pela ACNUR.