A três dias do fim da campanha para as primárias socialistas, António José Seguro e António Costa não param e tentam por todos os meios convencer o universo de eleitores de que merecem ser o candidato do PS a primeiro-ministro. Nesta quarta-feira, o Fórum da rádio TSF foi dedicado ao tema, mas só Seguro aceitou estar presente para responder às perguntas dos ouvintes. António Costa não acedeu ao convite, alegando motivos de agenda.

Depois de três debates televisivos, de 35 minutos cada, e de quase quatro meses de campanha, os portugueses ainda têm dúvidas sobre o programa e as ideias do socialista.

Para além das questões colocadas pelo próprio jornalista da TSF, Manuel Acácio, o atual secretário-geral do PS foi ainda confrontado com cerca de uma dezena de perguntas de ouvintes, que iam desde simpatizantes de Costa a simpatizantes de Seguro, ou a não simpatizantes, mas também de militantes desiludidos a militantes convertidos.

Mas quais foram afinal as perguntas escolhidas para pôr a Seguro, naquela que seria talvez uma das últimas oportunidades para o fazer?

  • Um dos ouvintes, que deixou claro não nutrir simpatia pelo PS, quis mostrar-se do lado de Seguro nesta disputa que considerou “injusta” e perguntou se o avanço de António Costa seria “uma vingança partidária”.
  • “O PS continua entregue aos velhos do Restelo ou os políticos novos ainda têm alguma hipótese?”
  • “Se for primeiro-ministro estará disposto a fazer um acordo alargado com qualquer força política?”, perguntou um outro ouvinte, que elogiou Seguro por ter assumido que “não vai vender ilusões”.
  • Outro ouvinte, agricultor de profissão, criticou a necessidade crescente de “protagonismo” da classe política e perguntou pelo estado da agricultura no país, alegando sentir que o setor está abandonado: “Se for primeiro-ministro considera pôr a agricultura em primeiro plano?”
  • “Qual é o seu plano económico, sem falar apenas na reindustrialização?”, perguntou uma militante socialista, que disse não gostar “nem de um nem de outro”.
  • “Por que está tão obcecado com a redução de deputados?” É porque se sente ameaçado pelos partidos mais pequenos?, perguntou um outro militante, que deixou claro não se identificar com a ideologia socialista.
  • “O que pensa fazer em relação à negociação que terá de existir em relação às metas do tratado orçamental? (défice de 0,5% e dívida de 60%)” “O euro é demasiado forte para a nossa economia – como pensa fazer essa negociação do ponto de vista da gestão dos fundos comunitários?”
  • “Como pensa resolver a dívida sem a reestruturar?”
  • Sobre José Sócrates, um ouvinte questionou Seguro sobre se queria apagar o passado socialista. E se não, então “porque nunca disse nada sobre este assunto?”
  • “Como pensa resolver a questão da dívida sem a reestruturar?”
  • “Está por dentro do que se passa nos centros de emprego? O que pensa fazer em relação a isso?”, questionou um último ouvinte, que pediu que os políticos ouvissem mais o povo, e que levantou ainda a questão da uniformização ou não das 35 e 40 horas de trabalho na função pública e setor privado.

Sobre prognósticos para domingo e para o pós-primárias, Seguro fez questão de não levantar qualquer véu, reiterando apenas que se mantém “confiante” na vitória. E, por isso, não equaciona mais cenários.

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