A secretária geral da AMI defendeu esta sexta-feira a necessidade de incentivar medidas preventivas no mar, para enfrentar os problemas climáticos, e insistir na ideia de que o oceano é mais do que pesca e turismo.

“É preciso haver medidas preventivas, conhecimento do mar de uma maneira muito mais profunda para antever até os problemas climáticos, como a cheias, uma coisa que em Portugal também vai acontecer, [pois] é um país com um litoral muito grande”, disse Luísa Nemésio.

A responsável falava à agência Lusa a propósito da conferência “Uma Economia Verde num Mundo Azul”, uma iniciativa da Assistência Médica Internacional (AMI), que decorre esta sexta-feira em Lisboa e junta políticos, académicos, empresários e organizações para debater a proteção ambiental, mas também novas soluções tecnológicas e projetos que possam desenvolver-se no mar.

A conferência realiza-se no âmbito da parceria da AMI com a Global Compact Network, das Nações Unidas, dirigida principalmente à cidadania empresarial e que tem como áreas de atuação os direitos humanos, as práticas laborais, a proteção ambiental e a anti-corrupção.

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Para Luísa Nemésio, é indispensável “difundir essa ideia de que mar não é só pesca e turismo, há muito mais do que isso”, e explicou que a questão ambiental e do mar, assim como o aquecimento global, são assuntos que acabam por estar relacionados com a área internacional de atuação da AMI.

É que “há mais catástrofes naturais, e algumas têm a ver com o mar”, em que é necessária a intervenção de organizações para ajudar as populações.

“Quando pensamos em mar, pensamos sobretudo em turismo, em Portugal. Ora o mar tem muito mais do que isso e decidimos reunir pessoas de várias áreas, desde o meio académico, ao meio político, organizações da sociedade civil e as empresas para refletir e ver como em Portugal se pode tirar melhor partido ambientalmente e economicamente do mar”, resumiu Luísa Nemésio.

No caso do ambiente, o Global Compact “pretende que as empresas apoiem a abordagem preventiva aos desafios ambientais e a realização de iniciativas para promover a responsabilidade ambiental e encorajar o desenvolvimento e difusão de tecnologias” verdes, explicou a secretária geral da AMI.

A realização da conferência ocorre quando se analisa a proposta de Portugal de alargar a jurisdição da sua plataforma marítima e “quando um dos problemas em Portugal é o desemprego”.

Está prevista a participação de uma convidada do Quénia para apresentar um projeto – um caso de sucesso -, uma solução simples que resolveu um problema ambiental nas praias daquele país.

A ideia inovadora tornou-se o sustento de populações muito pobres do litoral do Quénia que recolhem o lixo e aproveitam alguns materiais para fazer animais, peças de decoração de várias dimensões que já são exportadas.