Há imagens icónicas. Várias. Aqueles clichés que atravessam culturas e servem para desbloquear uma conversa. Um deles fala em vacas. Melhor, em vacas a pastar no meio de um monte esverdeado, com um grande sino pendurado ao pescoço, a badalar a cada passo que o animal dá. Mas ao que parece, as vacas odeiam-no. E, ao que parece, o sino que carregam afeta a sua audição e os seus hábitos alimentares.

A conclusão é de um estudo do Instituto Federal Suíço para a Tecnologia, com base na análise dos comportamentos de mais de uma centena de vacas, cada uma com um sino de cerca de seis quilos de peso, ao pescoço, preso a uma coleira.

O instrumento, icónico na cultura suíço e que serve o propósito de ajudar os pastores a localizarem os bovinos, por exemplo, é capaz de emitir sons até 113 decibéis — em Portugal, por exemplo, a lei delimita um período diurno (entre as 7h e as 23h) no qual o ruído não pode ultrapassar os 65 decibéis.

Tendo as vacas uma audição mais sensível que a dos humanos, os investigadores suíços concluíram que a contínua exposição a tais níveis de ruído pode conduzir à surdez nos animais, escreveu a revista Time. O mesmo estudo, aliás, defende que as vacas com sinos ao pescoço tendem a comer menos e a mastigar a comida durante menos tempo que os animais que não o carregam.

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