Uma cientista norte-americana publicou novos cálculos que, caso se confirmem, podem revolucionar várias teorias da física. A conclusão do estudo de Laura Mersini-Houghton, professora de física na UNC-Chapel Hill — College of Arts and Sciences (EUA) — é perentório: os buracos negros não existem nem podem existir.

Os buracos negros formam-se aquando da morte de alguns tipos de estrelas e a sua existência é genericamente aceite pela comunidade científica. Resulta basicamente de duas doutrinas: a teoria geral da relatividade, de Einstein, e a mecânica quântica, fundamentada por Stephen Hawking nos anos 1970 ao defender que os buracos negros têm de emitir radiação — que entretanto recebeu o seu nome. Os cientistas procuraram e encontraram a “radiação Hawking”, assumindo como prova da existência dos buracos negros. Mas eles nunca foram vistos nem tal é possível, uma vez que se tratam (em teoria) de estruturas tão densas e com uma força gravitacional tão elevada que absorvem tudo à sua volta, inclusive a luz.

Se por um lado Einstein sugere a existência teórica dos buracos negros, por outro há uma lei fundamental da teoria quântica que determina que nada no universo pode “desaparecer”, o que entra em conflito com a definição de buraco negro — uma estrutura que engole tudo à sua volta. Os cientistas defendem também que as singularidades ali existentes são tão complexas que as leis da física não se aplicam. A professora Laura Mersini-Houghton justifica que, de acordo com os seus cálculos, quando uma estrela colapsa sobre a sua própria gravidade e emite a “radiação de Hawking”, essa energia dissipa a massa do objeto, pelo que a estrela perde densidade, não sendo possível que se transforme num buraco negro.

A descoberta de Laura Mersini-Houghton (vídeo), caso seja provada, pode bem obrigar a reescrever muitas teorias da física — e da ficção científica. Resta saber como é que a comunidade científica vai reagir a esta descoberta.

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