O líder socialista diz que não ficou “satisfeito” com as explicações dadas pelo primeiro-ministro e não exclui a possibilidade de o PS propor um inquérito parlamentar ao caso. Para já, vai pedir dados à Segurança Social e ao fisco.

Primeiro, António José Seguro diz que vai usar “todos os instrumentos” que o Parlamento tem ao dispor para forçar Passos Coelho a divulgar o valor das despesas de representação que recebeu do Centro Português para a Cooperação, a organização não governamental financiada pela Tecnoforma, mas que, se esses instrumentos não resultarem, podem os socialistas propor uma comissão de inquérito na Assembleia da República.

“Não excluímos esses instrumentos constitucionais que estão à nossa disposição”, sendo o inquérito um deles, disse Seguro quando questionado pelos jornalistas sobre se iria provocar uma investigação às suspeitas que recaem sobre o primeiro-ministro.

Também o Bloco de Esquerda não exclui esta possibilidade. João Semedo, líder do partido à esquerda que em primeiro lugar levantou esta possibilidade, disse ao Observador que “não está tudo esclarecido” e não afasta um futuro inquérito: “Vamos pensar, temos tempo”. Isto porque estão em funcionamento duas comissões de inquérito e, depois de finalizado o inquérito sobre sete contratos de reequipamento militar, começará a comissão de inquérito ao caso Banco Espírito Santo. O início de uma nova comissão seria assim empurrado para o fim dos trabalhos da comissão sobre Camarate.

Uma comissão deste tipo tem poderes para investigar, o que, por exemplo, a Procuradoria-Geral da República está impedida de fazer. Tudo porque, a terem existido crimes, estes já prescreveram e o Ministério Público arquivou por isso a queixa que foi feita no início do ano.

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