O primeiro-ministro recebeu durante o período em que foi deputado, entre 1991 e 1999, cerca de 24 mil euros de trabalho independente. Pedro Passos Coelho autorizou a divulgação das declarações de IRS pelo Parlamento, o que aconteceu esta terça-feira, na sequência da polémica sobre a Tecnoforma.

De acordo com os documentos, Passos recebeu 1.725 contos [8.604,26 euros] em 1996, 2.475 contos [12.345,25 euros] em 1997 e 625 contos [3.117,49 euros] em 1999. Estes números são os mesmos que constavam numa resposta do secretário-geral do Parlamento em 2000, quando Passos pediu o subsídio de reintegração e que constam dos documentos que haviam sido divulgados na semana passada. Estes valores rondam os 24.066 euros.

Pedro Passos Coelho garantiu no último debate quinzenal que nunca recebeu remuneração da Tecnoforma ou do Conselho Português para a Cooperação, mas apenas reembolsos de despesas que não soube precisar. Na mesma altura, disse ter recebido dinheiro, enquanto era deputado, de colaborações com jornais como o Público ou O Independente.

De acordo com o formulário de IRS dos anos 90, o trabalho independente não discriminava a/s entidade/s pagadora/s como atualmente.

Para além das declarações de IRS, o PCP continua a insistir que Passos tem que explicar à Assembleia da República por que razão nunca declarou no registo de interesses dos deputados a sua colaboração com o Centro Português para a Cooperação e quanto recebeu o primeiro-ministro desta entidade a título de ajudas de custo. Este tipo de despesas não tinha que ser declarado nos formulários anuais de IRS.

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