Os protestos gritam mais alto. O número de manifestantes aumenta. E o cerco do governo de Hong Kong, também. Não nas ruas, onde dezenas de milhar de pessoas se continuam a juntar, “chateadas por não quererem que a China seja a patroa de Hong Kong”. A descrição é de uma menina, vinda do julgamento dos seus cinco anos de idade, citada por uma repórter da CNN. Mas chega para resumir o que tem unido os protestos — a exigência para que o novo líder do governo de Hong Kong não seja mandatado pela China e venha antes de um sufrágio universal. Nada que Pequim queira — e a explosão de censura nas redes sociais parece prova-o.

Os protestos começaram há seis dias e, em média, o governo chinês tem bloqueado cerca e 150 de cada 10 mil publicações que surgem na Weibo, rede social tida como a versão asiática do Twitter. O número foi avançado pela Universidade de Hong Kong e mostra como Pequim tem procurado controlar a imagem dos protestos que os manifestantes e outras pessoas tentam difundir.

E mais. Apesar de não citar nomes ou referir o nome de alguma empresa, a agência Reuters avançou que um grupo de peritos em cibersegurança descobriu que, nos últimos dias, um vírus cujo código foi escrito em mandarim tem infetado vários aparelhos com o sistema operativo iOS em Hong Kong. Ainda não sabem como, mas o objetivo é roubarem passwords, fotografias, conteúdos de sms e o histórico de chamadas realizadas. Este software malicioso chama-se Xsser.

Ambas as informações foram avançadas esta quarta-feira, 1 de outubro, data na qual se comemora o Dia Nacional da China e em que, pelo sexto dia consecutivo, milhares de pessoas invadiram as ruas do centro de Hong Kong. Ao início da manhã as autoridades nada tinham feito para tentarem controlar as manifestações — ao contrário de domingo, quando a polícia tentou reprimir os protestos e deu o rastilho para confrontos que causaram cerca de 40 feridos.

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