O ditador Jean-Claude Duvalier, conhecido por “Baby Doc”, morreu este sábado na capital do Haiti, Port-au-Prince, vítima de ataque cardíaco, aos 63 anos. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde do Haiti e antigo advogado do ex-líder, Reynold Georges.

Quando, em 1971, herdou o poder do seu pai, François “Papa Doc” Duvalier, Jean-Claude tinha apenas 19 anos, tornando-se, na época, o mais jovem presidente no mundo. De “Papa Doc” recebeu o título de “presidente vitalício”, mas inicialmente houve esperanças de que Duvalier filho pudesse representar uma diferença relativamente ao duro regime de François Duvalier. No entanto, Jean-Claude foi acusado de corrupção, abusos de direitos humanos e repressão política.

Viveu de forma extravagante. Segundo a BBC, o seu casamento – patrocinado pelo Estado – custou cerca de cinco milhões de dólares. Ao mesmo tempo, a maior parte da população do Haiti vivia na pobreza extrema. Vários grupos de direitos humanos dizem que milhares de prisioneiros políticos foram torturados ou mortos durante os 15 anos em que Duvalier governou. O seu regime terminou em 1986, quando Duvalier foi deposto por uma revolta popular.

Depois de passar 25 anos exilado em França, Duvalier regressou ao Haiti em 2011, um ano depois do violento terramoto que devastou o país. O seu regresso, disse na altura, era um gesto de solidariedade para com o povo. Mas foi preso e acusado, tendo aparecido em tribunal em 2013, numa audiência em que, perante algumas das suas alegadas vítimas, negou a responsabilidade pelos abusos cometidos durante a sua governação. O juiz ordenou uma investigação ao seu envolvimento em crimes contra a humanidade, mas Duvalier nunca chegou a ser julgado devido ao seu estado de saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR