A OCDE – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico – que reúne 33 países em todo o mundo divulgou esta segunda-feira um relatório sobre o bem-estar das regiões desses mesmos países e concluiu que, em Portugal, Lisboa é a região que apresenta melhores resultados em mais categorias. Acesso aos serviços, participação cívica, rendimento e educação foram os pontos onde a capital se destacou, mas, mesmo assim, todas as regiões portuguesas continuam atrás da média dos países da OCDE.

Divulgados durante os Open Days 2014 – uma iniciativa que reúne em Bruxelas durante uma semana mais de 6.000 pessoas para debaterem a coesão entre as várias regiões dos Estados-membros da UE -, tanto o relatório intitulado “Como é a vida na sua região” e o “Outlook das regiões para 2014”, mostram que Portugal continua abaixo das médias dos países que fazem parte desta organização – alguns também membros da UE, incluindo ainda Estados Unidos, México, Austrália ou Canadá. O rendimento das famílias, o emprego, a participação cívica (votos nas eleições) e o nível académico da força de trabalho continuam a deixar Portugal aquém dos seus parceiros.

As maiores disparidades entre regiões em Portugal, onde se vive melhor e pior verificam-se na segurança, na saúde, no emprego e na habitação. Na Madeira há 1,7 divisões de casa por pessoa, enquanto que no centro do país, há 2,1 a um número acima da média dos países da OCDE que é 1,7.

No que diz respeito aos rendimentos médios, Portugal situa-se mais de cinco mil dólares abaixo da média dos países (18.907 dólares), mas no norte, onde o rendimento em Portugal é mais baixo, essa diferença atinge mais de sete mil dólares – o PIB per capita é de 11.426 dólares, enquanto em Lisboa é de 16.710.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No desemprego, a taxa mais alta em Portugal verificou-se em 2013 na Madeira com 16,8% e duplicou a média dos países da OCDE cuja taxa é 8%. A região com mais emprego em Portugal é o centro do país com 74,1% de emprego, comparando com uma média da OCDE que fica nos 66,7%.

Já no que diz respeito à participação – foi avaliada a participação dos eleitores nas eleições autárquicas de 2013 -, Portugal ficou-se pelos 58% contra uma média da OCDE acima dos 67%. Os lisboetas são os que mais participam e os açoreanos figuram mesmo no fim das regiões avaliadas com menos de 45% da região a votar.

Lisboa: a capital em quase tudo

A principal cidade portuguesa ganha em muitos dos indicadores, mas perde nalguns essenciais como a segurança (o Norte é a região mais segura, estando no top das regiões mais seguras entre todos estes países), também em saúde o norte destaca-se, havendo maior longevidade e menos mortalidade do que noutras regiões nacionais.

Aliás, saúde, segurança e meio ambiente são os items em que Portugal se destaca. No ambiente, avaliando as emissões de CO2, os Açores é uma das regiões com melhor qualidade de ar, comparando com os restantes 32 países. O Norte do continente é pior, mas mesmo assim fica muito abaixo da média dos níveis de emissões da OCDE.

No acesso aos serviços, Lisboa ganha, mas o Alentejo figura nas piores 20% das regiões avaliadas. Pouco mais de 50% tinha dos alentejanos tinha acesso a banda larga na sua casa.

No entanto, Madeira e Açores, duas regiões ultraperiféricas, são as que apresentam piores resultados em Portugal, estando também entre as piores 362 regiões analisadas nos 33 países.