O presidente do Estoril-Praia, Tiago Ribeiro, defendeu esta segunda-feira a necessidade de encontrar uma solução de consenso para afastar o “cenário negro” de a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) poder deixar de organizar os campeonatos profissionais.

“Esse não é o desejo de ninguém. Não é do Governo, da Federação, da Liga nem dos clubes e acho que essa seria uma medida extrema, caso se chegue a um ponto em que não haja nenhuma solução”, referiu Tiago Ribeiro.

O presidente do Estoril-Praia, que falava à entrada de uma reunião dos clubes da I e II Liga, em Coimbra, focou a sua análise ao momento atual da Liga, presidida por Mário Figueiredo, em dois vetores principais.

O mais urgente, de acordo com o dirigente, é encontrar uma solução de financiamento para a Liga, “que está sem recursos”, e a médio/longo prazo a alteração dos estatutos, “para que os clubes não fiquem reféns do regime presidencialista”.

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“Nós não conhecemos o real cenário da Liga, que está fechada aos clubes há já algum tempo. Acredito que não há dinheiro. Não há patrocínios. Este mês, a Liga teve de negociar com os árbitros um pagamento não integral, pelo que tudo indica que não há dinheiro”, referiu.

Ainda de acordo com Tiago Ribeiro, os clubes têm de procurar e encontrar alguma fonte de receita, alguma solução, para que os campeonatos profissionais não estejam em risco.

“Esperemos que hoje haja já, senão um entendimento completo, um princípio de um consenso que é o que todos esperamos e aguardamos”, acrescentou Tiago Ribeiro, recordando a necessidade de os clubes encararem a reunião de “cabeça fria”.

Os clubes vão “ouvir as propostas que os ‘três grandes’ [Benrfica, FC Porto Sporting] trabalharam e, a partir daí, exprimir uma opinião. Por enquanto, vamos para a reunião sabendo que precisamos de um consenso de todos, se não, nada funcional”.

A LPFP vive um impasse desde que as eleições de 11 de junho, em que Mário Figueiredo foi reeleito para um segundo mandato, foram anuladas pelo Conselho de Justiça (CJ) da FPF, que mandou repetir o ato, por considerar que as listas encabeçadas por Fernando Seara e Rui Alves eram válidas.

Mário Figueiredo concorreu sozinho, porque o presidente da Mesa da Assembleia-Geral da LPFP, Carlos Deus Pereira, rejeitou as candidaturas de Rui Alves e Fernando Seara, alegando que estas não apresentaram candidatos a todos os órgãos sociais do organismo.

O CJ da FPF considerou ainda que a lista de Mário Figueiredo tinha vícios processuais, que podiam ser resolvidos.

Entretanto, Mário Figueiredo interpôs uma providência cautelar para travar os acórdãos do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol que obrigam à repetição das eleições na LPFP.

Mário Figueiredo, que preside à LPFP desde janeiro de 2012, foi reeleito com os votos de apenas sete clubes (Sporting, Paços de Ferreira e Belenenses, da I Liga, Leixões, Farense, Santa Clara e Atlético, da II Liga).