O secretário-geral das Nações Unidas; Ban Ki-moon, apelou hoje ao povo moçambicano para que mantenha uma “atmosfera calma” enquanto aguarda pelos resultados das eleições gerais realizadas na quarta-feira. Numa declaração divulgada pelo seu porta-voz, Ban Ki-moon destacou que, “apesar de alguns incidentes localizados”, as eleições foram consideradas por missões de observação internacionais e locais como “pacíficas e transparentes”.

O secretário-geral das Nações Unidas pediu a todas as partes “que trabalhem em conjunto no quadro da lei eleitoral e que se envolvam de forma construtiva no processo eleitoral enquanto esperam pelo anúncio dos resultados finais”. A mensagem de Ban Ki-moon surge após a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição ter anunciado, na quinta-feira que não aceitava os resultados, alegando a ocorrência de fraudes eleitorais.

No entanto, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama prontificou-se hoje a negociar com o Governo a criação de “uma verdadeira democracia”, ao mesmo tempo que dava a garantia de que não vai recorrer à violência, pouco tempo depois de ter assinado, a 05 de setembro, um acordo de paz com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, para encerrar 17 meses de conflito na região centro.

O porta-voz da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, no poder) disse hoje que “não houve nenhum contacto” entre o partido e a Renamo sobre cenários pós-eleitorais, mas prometeu responder ao pedido de negociações do líder da Renamo. Resultados oficiais provisórios dos órgãos eleitorais, relativos a um terço das mesas de voto, colocavam na sexta-feira o candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, na dianteira, com cerca de 61%, seguido de Afonso Dhlakama, com pouco mais de 30 por cento. Nas legislativas, o cenário era semelhante e a Frelimo liderava a contagem destacada.

O apuramento de dados está agora a ser feito a nível distrital e provincial e, só quando estiver terminada esta etapa, as autoridades eleitorais centrais retomarão a divulgação dos resultados nacionais. Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais. No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR