O exército sueco pode ter iniciado as buscas por um submarino russo danificado a menos de 50 quilómetros da costa de Estocolmo. Segundo a agência de notícias Reuters, a operação foi iniciada na última sexta-feira, de acordo com o registo disponibilizado pela marinha do país de um objeto parcialmente submerso fotografado por uma testemunha. Caso a missão confirme que se trata de um submarino russo, esta será a maior violação de soberania marítima desde a Guerra Fria, quando o país realizava operações regulares junto à costa para encontrar submarinos soviéticos.

O contra-almirante sueco Anders Grenstad disse à imprensa que as forças armadas do país identificaram três indicadores de “atividade submarina alheia” nos últimos dias, o que motivou o início da operação de busca que envolve helicópteros, navios e um submarino e que mobiliza cerca de 200 pessoas. Apesar de não confirmar a identificação da embarcação, Grenstad afirmou que a região da costa próxima a Estocolmo é “de interesse de uma potência estrangeira” e que não poderia fornecer nenhuma informação sobre quaisquer mensagens de emergência recebidas na última semana, ao fazer referência à notícia publicada pelo jornal sueco Svenska Dagblade sobre um suposto mini-submarino danificado que se encontrava em águas suecas e que teria entrado em contacto a frota russa no enclave de Kaliningrado, onde a Rússia tem a sua frota no mar Báltico.

Anders Nordin da Administração Marítima Sueca disse que o petroleiro russo Concord mudou recentemente a sua rota em direção a Suécia, após ter navegado em direção nordeste a caminho da Rússia, de acordo com o Marine Traffic, um site que monitora navios no Mar Báltico, sugerindo o envolvimento com a busca pelo submarino desaparecido. A revista Time também publicou que no dia 2 de outubro um navio da Marinha sueca colidiu com um objeto na ilha de Sandön, que alguns acreditam que ser um submersível.

O Ministério da Defesa da Rússia negou qualquer envolvimento com a violação da costa sueca e assegurou que os seus submarinos e navios têm cumprido “as suas tarefas em todos os oceanos do mundo”, segundo agências de notícias russas citadas pelo diário Independent. Entretanto, esta não seria a primeira vez que Moscovo invade a Suécia. Em 1981, um submarino soviético que transportava armas nucleares estava encalhado na costa sudeste do país, causando um impasse diplomático de 11 dias entre os dois países. E no mês passado, o Ministério das Relações Exteriores da Suécia convocou o embaixador russo para protestar contra a violação do espaço aéreo do país por dois aviões militares russos.

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Marinha da Suécia procura por suposto submarino russo desaparecido.

 

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