Enquanto as sondagens para as eleições presidenciais brasileiras apontam para um empate técnico entre os candidatos Dilma Rousseff e Aécio Neves, nos meios de informação online no mundo, no critério da notoriedade, a disputa tem um vencedor. Segundo um estudo realizado pela empresa Cision, entre os dias 6 e 21 de outubro, Aécio recebeu 52.296 referências num total de 32 milhões de artigos escritos em 119 países, enquanto a atual presidente do Brasil teve 51.975 menções.

Se o espaço informativo for restringido apenas para meios de comunicação brasileiros, o resultado permanece igual: foram detetados 28.784 artigos com referência ao candidato do PSDB, contra os 27.788 artigos que mencionam Dilma. No total, foram realizadas 104.271 referências aos dois candidatos. A informação recolhida pela empresa é apenas quantitativa e não analisa se as menções são positivas ou negativas.

O alto volume de informação sobre as eleições brasileiras também se reflete nas redes sociais.

Os resultados deste estudo coincidem com outra pesquisa realizada pela empresa de consultoria Conversion, publicados pelo site iG, que analisou o nível de envolvimento dos eleitores brasileiros nas redes sociais durante e depois do primeiro debate da segunda volta das eleições. O resultado mostra que os eleitores de Aécio são 23% mais interativos que os eleitores da Dilma Rousseff, em parâmetros como a quantidade de atualização dos utilizadores, o número de retweets e as conversas estabelecidas na rede social.

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O alto volume de informação sobre as eleições brasileiras também se reflete nas redes sociais. Segundo dados do Facebook publicados pelo jornal Estadão, o número de comentários, interações e partilhas entre 5 de julho (início oficial da campanha eleitoral) e 5 de outubro (dia da primeira volta das eleições) foi maior que o registado na última disputa eleitoral da Índia: enquanto no Brasil foram geradas 320 milhões de interações, na Índia o número chegou a 227 milhões. O país tem cerca de 80 milhões de utilizadores e a Índia tem 100 milhões, o que indica que a média de interação por utilizador é maior entre brasileiros.

Debate realizado entre os presidenciáveis no último domingo gerou 820 mil tweets ao longo das duas horas de programa.

No Twitter, o volume de informações também tem sido alto. Um exemplo é o debate realizado entre os presidenciáveis no último domingo, que gerou 820 mil tweets ao longo das duas horas de programa. O número, entretanto, está longe do recorde registado no último debate realizado na primeira volta, três dias antes das eleições: 3,1 milhões de mensagens foram escritas no Twitter, tornando-se um dos eventos mais repercutidos no país na história da rede social, conforme descreve o site iG.

Segundo Leonardo Stamilo, diretor de jornalismo e política do Twitter no Brasil, a página tem uma importância fundamental nestas eleições. “O Twitter consolidou-se como uma plataforma de segundo ecrã não apenas para desporto e entretenimento, mas também para assuntos considerados sérios como é o caso das eleições”, afirma em entrevista à revista Exame. Já para Camila Fusco, gerente de comunicação do Facebook Brasil, o alto volume de interações registado no Facebook reflete a polarização entre os dois candidatos. “Com os recordes de interações e intenso debate dos utilizadores no Facebook, as campanhas devem mudar daqui para frente”, assegura.

No Facebook, Aécio tem em cerca de 3,1 milhões de seguidores, enquanto a página da Dilma tem 2,9 milhões de utilizadores.

Nas redes sociais, em número total de seguidores independente da data de abertura da conta, a disputa tem resultados variados. No Facebook, Aécio tem em cerca de 3,1 milhões de seguidores, enquanto a página da Dilma tem 2,9 milhões de utilizadores. Já no Twitter, a presidente possui 2,9 milhões de seguidores e Aécio apenas 190 mil utilizadores registados. Como transformar estes números em voto qualificado e gerir a notoriedade dos candidatos nos meios de comunicação digitais são os desafios das equipas eleitorais até o dia 26 de outubro.