A quatro dias da abertura AmadoraBD, o Fórum Luís de Camões (Amadora), ainda tem muitas paredes vazias, à espera dos originais de banda desenhada e ilustração, e aumenta a azáfama para preparar um festival que cumpre 25 anos.

“O festival é um local de promoção do livro e da leitura”, mais do que uma soma de exposições nacionais e internacionais, afirmou hoje o diretor do AmadoraBD, Nelson Dona, numa visita guiada ao local que acolherá grande parte da programação do festival.

Entre trabalhadores que puxam cabos, pintam estruturas, penduram quadros, mas com grande parte dos espaços ainda sem exposições, Nelson Dona afirmou que o AmadoraBD tem uma dimensão metropolitana – às portas de Lisboa -, virada para vários públicos escolares e adultos.

Este ano, a exposição central do AmadoraBD – intitulada “Galáxia XXI” – centra-se na criação e difusão da banda desenhada perante novos suportes, apresentado casos do que se passa nos Estados Unidos e no Japão, a leitura em ecrãs digitais, mas também o regresso às tintas e a relação da BD com o cinema.

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Este ano o AmadoraBD acolherá, segundo Nelson Dona, “uma das maiores exposições” sobre Batman, o herói de BD criado há 75 anos na editora DC Comics, recordando as origens e a complexidade desta personagem. Na Amadora estará o norte-americano Joe Stanton.

Não serão ainda esquecidos os 50 anos da Mafalda, do autor argentino Quino.

Uma das novidades deste ano é a exposição dedicada ao ano editorial português, tanto na banda desenhada como na ilustração para a infância, e que refletirá, segundo Nelson Dona, “uma maior diversidade de oferta tanto artística como editorial e um predomínio da edição independente ou de autor.

Haverá uma zona comercial e de autógrafos, que aproxima autores e editores dos leitores, estando previstos vários lançamentos editoriais.

O cartaz deste ano é assinado por Joana Afonso, autora que terá uma exposição individual, depois de ter sido premiada em 2013 com o álbum “O Baile”, escrito por Nuno Duarte.

“Joana Afonso tem tantos anos como o festival, cresceu com a Internet e a sociedade de informação, e trabalha nos dois suportes – papel e digital – e, por isso, também faz sentido que esteja ligada a esta reflexão”, afirmou Nelson Dona à Lusa, no final de setembro.

Estão garantidas ainda exposições dedicadas ao argumentista Nuno Duarte e ao álbum “O baile”, a Osvaldo Medina, a Henrique Monteiro e à personagem Surfista Prateado.

A ilustradora Catarina Sobral e o fanzine lusófono BDLP, criado em 2010 por João Mascarenhas, também merecem a atenção do festival, assim como o veterano autor português José Ruy, pelos 70 anos de atividade.

Este ano o AmadoraBD tem 510.000 euros de orçamento, semelhante a 2013, ano em que foi visitado por mais de 30.000 pessoas.

Perante os constrangimentos administrativos, por ser organizado pela autarquia da Amadora, Nelson Dona voltou a dizer que o modelo de realização do festival tem de ser repensado, mas que, por enquanto, não há qualquer solução em cima da mesa.

O festival decorrerá de 24 de outubro a 09 de novembro.