O Orçamento do Estado para 2015 está menos dependente de um ajustamento estrutural e mais dependente de um ajustamento cíclico, ou seja, apoiado numa melhoria do crescimento económico, nota a agência Fitch. Isto “cria o risco de uma derrapagem orçamental caso o crescimento do PIB não corresponda às expectativas”, nota a agência de “rating” em comunicado.

A agência Fitch, que no dia 10 decidiu manter a notação de crédito de Portugal num nível abaixo de “investimento de qualidade”, teme que o crescimento “possa não corresponder às expectativas”. “Um crescimento mais rápido das exportações depende da procura na zona euro e no mês passado revimos em baixa as nossas estimativas de crescimento para a zona euro para 2014-2016”, indica a agência, justificando os receios quanto à capacidade de Portugal cumprir a meta do défice orçamental.

O governo elaborou a proposta de Orçamento do Estado para 2015, entregue a 15 de outubro na Assembleia da República, apontando para um défice orçamental de 2,7%, acima dos 2,5% acordados com a Comissão Europeia, pressupondo uma projeção de crescimento do PIB – inalterada – de 1,5%. Mas “um abrandamento económico” é um risco para agência, diz a Fitch em comunicado publicado esta terça-feira.

A Fitch alerta que “um desvio significativo em relação à trajetória de consolidação orçamental, resultando num rácio mais elevado na dívida em função do PIB, é um dos potenciais fatores que podem levar a uma revisão da perspetiva do “rating” para estável”. A agência manteve o “rating” de Portugal no primeiro nível abaixo de “investimento de qualidade” e também a perspetiva (“outlook”) em positiva.

 

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