O PCP quer “travar a liquidação da PT” e suspender de forma “urgente” qualquer negócio da titularidade da operadora nacional. Num projeto de resolução apresentado esta terça-feira à Assembleia da República, o grupo parlamentar dos comunistas traçou um cenário negro do futuro da Portugal Telecom, que diz estar a ser “conduzida à destruição pela mão dos sucessivos governos do PS, PSD e CDS”, e propôs ao Governo que criasse uma “estrutura” para acompanhar a evolução da situação.

“O país não pode aceitar que se liquide definitivamente a PT como grande e estratégica empresa nacional de telecomunicações. O Governo pode e deve opor-se a tal desfecho e criar as condições para garantir a PT como empresa de capitais nacionais, sob controlo público, que coloque o sector das telecomunicações ao serviço do povo e do país. E a Assembleia da República deve assumir uma posição muito clara, firme e determinada nessa linha de defesa do interesse nacional”, lê-se no documento assinado pelos deputados João Oliveira, Bruno Dias, Paula Santos, Paulo Sá, David Costa e Carla Cruz.

Num projeto de resolução onde traça a evolução recente da empresa, desde os negócios com a Vivo à fusão com a brasileira Oi, passando pela “oferta, literalmente de borla, da golden share da PT a acionistas privados”, que terá culminado com a “profunda desvalorização em bolsa na sequência da derrocada do Grupo Espírito Santo”, os deputados comunistas pedem ao Governo, por via da Assembleia da República, que suspenda “qualquer negócio da titularidade da PT, inclusive tendo como referência a posição do Novo Banco”, que estabeleça “negociações com o governo brasileiro relativamente à evolução da composição acionista PT/Oi” e que o Ministério da Economia crie uma “estrutura destinada a acompanhar toda a evolução da situação, e para criar condições à defesa da PT como grande empresa nacional de telecomunicações, sob controlo público”.

“O processo dos últimos 20 anos da PT é elucidativo do percurso criminoso de uma política na destruição de uma grande empresa nacional”, conclui o projeto de resolução do PCP.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR