O futuro da coligação e a intervenção do CDS no Orçamento do Estado para 2015 são dois dos pontos que Filipe Anacoreta Correia espera ver esclarecidos no próximo conselho nacional do partido. O líder da única corrente interna que se opõe à liderança de Paulo Portas diz que não compreende porque é que o partido “apostou tudo” na baixa da sobretaxa de IRS, que acabou por não se verificar, enquanto medidas como o coeficiente familiar não surgiram ligadas diretamente ao CDS.

Neste sábado, o partido reúne a comissão política e um dos pontos de discussão é o agendamento de um conselho nacional. Altura que servirá, segundo Filipe Anacoreta Correia, que não tem assento na comissão política, para avaliar este orçamento em final de Governo e como é que o CDS se está a preparar em termos de calendário político, nomeadamente, no que diz respeito a uma coligação pré-eleitoral nas próximas legislativas. “Vejo com preocupação as notícias da degradação da coligação”, disse ao Observador o centrista.

As discordâncias na elaboração do OE vêm confirmar os problemas entre os dois partidos no Governo. “É preciso saber se o CDS vai em coligação de coração cheio e é fundamental ter isso bem claro já, porque não vamos cedo”, assume Anacoreta Correia que admite ver alguma “indeterminação e incerteza” no projeto de uma coligação em 2015, apesar de Paulo Portas ter indicado em setembro que esse seria o caminho mais provável. “Há tanta densidade política e tantos acontecimentos desde essa data que é necessário que o conselho nacional reúna mais frequentemente”, diz o líder da tendência Alternativa e Responsabilidade.

Quanto à sobretaxa, Anacoreta Correia afirma que é “estranho que o CDS tenha apostado tudo” na redução da sobretaxa e ficou “de fora de um espaço político que era seu e diz muito aos seus apoiantes” como as medidas anunciadas para promover a natalidade e a família, nomeadamente, novas vantagens do IRS. Segundo o centrista, esta falta de comparência nessas medida prejudicou a “comunicação” com o eleitorado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR