Duas pessoas foram mortas na cidade mineira de Koidu, no leste da Serra Leoa, em confrontos ligados à luta contra o ébola, disseram hoje médicos e residentes contactados pela agência France Presse a partir de Freetown.

Segundo testemunhas, os confrontos ocorreram na terça-feira quando um grupo de jovens se opôs a que fosse retirada uma amostra de sangue a uma mulher de 90 anos, mãe de um líder juvenil.

“Temos dois corpos na morgue”, indicou uma fonte hospitalar, adiantando não poder revelar a causa de morte por os corpos ainda não terem sido examinados.

“Um certo número de pessoas, entre as quais pessoal das forças de segurança, também deram entrada no hospital com ferimentos sem gravidade”, adiantou a mesma fonte, que não quis ser identificada.

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Um outro médico deu conta de pelo menos 10 feridos.

Segundo habitantes, a violência começou quando uma equipa quis fazer o teste do vírus a uma nonagenária que suspeitavam ter ébola. O filho da mulher recusou, indicando que a mãe não era um caso suspeito da doença.

Os auxiliares de saúde chamaram então as forças de segurança, que os amigos do jovem enfrentaram, alguns armados com catanas.

Grupos de jovens atacaram depois vários serviços na cidade, entre os quais a sede de uma rádio comunitária.

Foi instaurado um recolher obrigatório de algumas horas e foram enviadas forças de reforço para a zona, a partir de Kenema, tendo a calma regressado ao início da noite de terça-feira a Koidu, indicaram à AFP fontes da segurança.

Médicos do hospital público de Koidu referiram que a nonagenária morreu na terça-feira e que sofria de hipertensão.

A polícia disse que o filho, Adamu Eze, está a ser procurado.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ébola já provocou mais de 4.500 mortos desde o início do ano e os países mais afetados são a Serra Leoa, a Libéria e a Guiné-Conacri.