O presidente da Tesco, Sir Richard Broadbent, anunciou nesta quinta-feira a demissão do cargo depois de reconhecer irregularidades nas contas apresentadas pela retalhista britânica nos últimos trimestres. Houve uma “representação incorreta” dos lucros da Tesco no valor de 263 milhões de libras, o equivalente a cerca de 333 milhões de euros. É mais do que o valor indicado em setembro, quando foram descobertas as irregularidades nas contas que levaram à demissão imediata do presidente do conselho de administração e do administrador financeiro.

“Os problemas que vieram ao de cima nas últimas semanas causam um profundo lamento”, escreveu Sir Richard Broadbent, no comunicado em que anuncia a demissão do cargo de “chairman”. “Agimos rapidamente para clarificar o desempenho financeiro da empresa. Uma nova equipa de gestão está a resolver as causas que estão na origem desta representação incorreta e a desenvolver e aplicar as medidas que vão construir o futuro da empresa”, garante Richard Broadbent, acrescentando que “estou confiante de que o novo presidente-executivo e o administrador financeiro vão agir rápida e eficazmente”.

Quanto à sua saída, Sir Richard Broadbent afirma que “a minha decisão reflete o importante princípio da responsabilidade por parte do conselho de administração e vai ajudar a que a empresa trace uma linha entre o passado e a próxima fase de desenvolvimento em que vai entrar”.

Com o reconhecimento de que os lucros foram menores do que o esperado, devido às irregularidades que se prolongam já há vários trimestres, a Tesco apresentou nesta quinta-feira ao mercado uma quebra de 92% dos lucros do primeiro semestre, para 112 milhões de libras. A empresa indicou, também, que a auditoria às irregularidades está concluída e que não haverá mais surpresas para os investidores. Ainda assim, preferiu não dar ao mercado qualquer informação sobre a tendência futura das operações, algo que as empresas normalmente não deixam de fazer.

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