A ideia é apenas uma: mostrar que o PS francês (PSF) não está agarrado ao passado e que é um partido “pragmático, reformista e republicano” e, por isto, o primeiro-ministro francês defendeu a mudança de nome do histórico partido europeu. Manuel Valls já o tinha defendido em 2007 e 2011, mas, agora, nas funções de primeiro-ministro, propõe a mudança que está a gerar polémica em França.

Numa entrevista ao jornal Le Nouvel Observateur, que vai estrear uma nova forma como L’Obs, Valls, citado por vários media internacionais (as declarações foram deixadas pelo jornal para a edição impressa de sexta-feira), respondeu “porque não?” quando lhe perguntaram se, perante a visão que tem do partido, este deveria mudar de nome. Na sequência desta ideia, Valls defendeu ainda alianças com “todas as forças progressistas” para assim fazer frente à “ameaça de uma direita dura e de uma extrema-direita que progride”.

No excerto da entrevista do primeiro-ministro, este conta que se filiou no partido aos 18 anos, mas que “é preciso acabar com a esquerda antiquada”, porque essa esquerda, “agarra-se a uma época passada e nostálgica” que vive assombrada pelo “superego marxista”. E por isso, defende que tem a esquerda tem de ser mais pragmática que ideológica.

Nas ideias de Valls, “a ideologia tem conduzido a desastres”, mas, apesar disso, a esquerda francesa tem um ideal que é a emancipação de cada um. Para o fazer tem de ser menos ideológica e mais “pragmática, reformista e republicana”. E não socialista?, pergunta o jornalista. Valls foge à palavra que quer ver abolida do nome oficial do partida e diz: “Repito-o: pragmática, reformista e republicana”.

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As palavras do primeiro-ministro não caíram bem em França e têm sido atacadas. O primeiro foi o presidente da Assembleia Nacional, Claude Bartolone, que disse que a ideia do primeiro-ministro não passa de um “erro”. Mas há quem recorde que não é a primeira vez que Valls faz esta proposta e, quando a fez em nos aos idos de 2007 e 2008, teve resposta de Martine Aubry, ex-líder do PS e filha de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Europeia.

Além de Martine Aubry, Valls tem sido criticado por 39 deputados socialistas que se abstiveram a semana passada na votação do Orçamento do Estado para 2015.