Há muito que o consumo de álcool é associado à literatura. Apesar dos vários casos de escritores (e outros artistas) que tinham um problema com o álcool, a verdade é que ao contrário do que se pensa, beber não ajuda a aperfeiçoar a escrita. Como refere Blake Morrison, “a bebida é melhor ser usada como pano de fundo para um poema do que para a sua criação”. A longo prazo, o consumo exagerado de álcool pode criar vários problemas que em nada ajudam a criatividade.

Mesmo assim, foram vários os artistas que se deixaram levar e que desenvolveram aquela que acreditavam ser a melhor cura para a ressaca. Fique a conhecer a receita de alguns dos melhores “especialistas”, de acordo com a revista The Atlantic.

Garrafas-Caricas

© Andreia Reisinho Costa

 

Zelda Fitzgerald, escritora e flapper profissional 

Os talentos de Zelda Fitzgerald não se resumiam à escrita ou a gerar controvérsia. A mulher do escritor F. Scott Fitzgerald, apelidada pelo mesmo de “a primeira flapper americana”, gostava de começar o dia por volta das onze da manhã na companhia de uma boa dose de vodka e limonada. Seguia-se uma tarde dedicada à escrita, à leitura e, eventualmente, ao ballet. À noite, Zelda saía até à cidade com uma garrafa escondida debaixo do vestido. E para curar a ressaca? Um mergulho matinal era tudo o que a escritora precisava.

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William Faulkner, escritor

O historial de William Faulkner com a bebida é quase tão famoso quanto os seus livros. Uma vez, chegou mesmo a queimar-se num radiador e por pouco que não sofreu queimaduras graves.

O escritor norte-americano e Prémio Nobel da literatura dizia que o melhor remédio para a ressaca era o trabalho. Dizia que o fazia esquecer-se da dor e da ressaca, pois estava “demasiado ocupado”.

 

Anthony Burgess, escritor

O autor da obra Laranja Mecânica desenvolveu a sua própria receita para curar a ressaca. Para Burgess, a salvação residia num cocktail chamado Hangman’s Blood. Para criar a bebida, basta juntar num grande copo de cerveja uma dose dupla de gin, whiskey, rum, vinho do Porto e brandy. Depois, é só adicionar uma pequena garrafa de cerveja preta e um pouco de champanhe. A bebida, com um gosto “muito suave”, induz “uma espécie de estado metafísico e raramente provoca ressaca”, dizia o autor.

 

Tallulah Bankhead, atriz

Conhecida pela sua excentricidade dentro e fora do palco, Tallulah Bankhead sabia que curar uma ressaca não era uma tarefa fácil. Na sua autobiografia, a atriz revelou que a melhor solução era um cocktail Black Velvet, “uma mistura de champanhe e cerveja preta”. Porém, Bankhead fez questão de alertar que uma cura verdadeiramente eficaz é um mito. “Eu já tentei de tudo: tomate gelado, sumo de ameijoa quente, pêssegos com brandy”, escreveu. A ressaca, dizia, é “como a constipação comum” — não tem solução.

Tallulah Bankhead morreu 1968 com 66 anos, vítima de uma pneumonia. Diz-se que as suas últimas palavras foram “codeína… bourbon…”.

 

Ernest Hemingway, escritor

Para Ernest Hemingway, a cura para a ressaca envolvia sempre o mesmo ingrediente — mais álcool. O gosto de Hemingway por absinto é conhecido, mas no livro Morte à Tarde (Death in the Afternoon) o autor sugere outro tipo de bebida — uma mistura de champanhe e absinto.

 

Dean Martin, ator e comediante

Para Dean Martin, um dos mais influentes artistas norte-americanos do século XX, a cura era apenas uma: “continuar bêbedo”.