Um avião sem janelas e que, no entanto, permite ver tudo o que se passa lá fora. Irreal? Talvez não, diz o Centre for Process Innovation (CPI), uma organização britânica que pensa poder ter um avião destes a voar dentro de dez anos. Na verdade, a aeronave não seria, como aparentam as imagens, transparente – antes revestida a ecrãs de alta definição que permitiriam aos passageiros escolher que paisagem gostariam de ver, saber mais sobre determinados pontos turísticos ou simplesmente navegar na internet.

Neste projeto futurista, cada passageiro teria o seu próprio ecrã de alta definição, extremamente fino e revestindo toda a fuselagem do avião – e ao qual chegariam imagens captadas por câmaras situadas no exterior do aparelho.

Apesar de esta ser uma das grandes novidades prometidas pelo CPI, é na fuselagem que está a grande aposta, uma vez que, alega a instituição, é possível desenvolver estruturas de aviação mais finas, mais leves e mais fortes do que atualmente, resolvendo assim um dos maiores problemas da indústria: reduzindo o peso das aeronaves, diminui-se o consumo de combustível e também as emissões de dióxido de carbono.

“Temos estado a falar com pessoas da [indústria] aeronáutica e percebemos que existe a necessidade de retirar peso às aeronaves”, explicou ao Guardian Jon Helliwell, um dos responsáveis do CPI. Segundo ele, as janelas que existem nos aviões atuais exigem uma fuselagem reforçada, pelo que retirá-las significaria poder tornar essa estrutura mais leve.

O maior desafio neste momento parece ser o desenvolvimento de OLED flexíveis, de que seriam feitos os ecrãs destes aviões. Os OLED são uma tecnologia que gera a sua própria luz e com potenciais de utilização variados: as empresas esperam poder vir a colocá-los em paredes, em folhas de papel e em embalagens, por exemplo. Atualmente, além de muito caros, os OLED ainda não são flexíveis o suficiente que permitam fazer a curvatura de um avião, apesar de algumas empresas já o terem experimentado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR