A primeira coisa a fazer quando lhe oferecem uma taxa de juro num depósito a prazo é saber quanto é que dá em termos líquidos. Os residentes em Portugal continental e na Madeira têm de subtrair 28% por conta de IRS, enquanto os açorianos têm de descontar 22,4%. Assim, a taxa bruta de 0,15% que o Banco BPI propõe num depósito a um ano converte-se uma taxa líquida de 0,11% fora dos Açores, por exemplo. Mas é uma boa taxa?

Para começar, compare com a taxa de inflação prevista por uma entidade independente, como o Banco de Portugal ou o Fundo Monetário Internacional. O banco central português calcula que a inflação será nula em 2014, por isso, no balanço entre o que perde com o aumento de preços e os juros que recebe, o resultado deverá ser positivo.

A seguir, compare com as taxas de juro da concorrência. Já sabe que os bancos mais generosos pagam até 3,25% num depósito a um ano, ou seja, uma taxa líquida de 2,34% no Continente e na Madeira. A solução do Banco BPI cai por terra: é mais de 20 vezes pior.

É preciso alguns cuidados na comparação com a concorrência, em particular na possibilidade de mobilização antecipada e nas penalizações quando é permitida. As regras dos depósitos podem variar e, por isso, a comparação pode sair enviesada.

Por último, faça uma análise aos Certificados de Aforro. Embora sejam produtos diferentes, os Certificados de Aforro são substitutos por satisfazerem a mesma necessidade: poupança de curto ou de médio prazo com baixo risco. Atualmente, a taxa líquida dos Certificados de Aforro está em 2,2%, mais alta do que a promovida pela esmagadora maioria dos depósitos a prazo em comercialização em Portugal.

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